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Análise do livro Viagem a Minas Gerais


12 maio

Em outubro de 2014, por ocasião do 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, a Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros/MG) convocou alguns de seus alunos do curso de Letras para analisar obras dos poetas que seriam homenageados, entre eles Wagner Merije.
Sob orientação da professora Telma Borges o estudante, poeta e músico Cícero Neto escolheu o livro “Viagem a Minas Gerais”, e fez uma excelente análise.

Cicero Neto recita Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético

“Wagner Merije é escritor, jornalista, compositor, e videasta. Reside atualmente em São Paulo, onde está envolvido como projetos multimídia ligados à literatura, música, vídeo, fotografia e arte-educação. Não é por acaso que sua arte é associada a essa interatividade e é conhecida como suprasensorial, despertando a atenção e interesse de crianças, jovens e adultos. Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Merije têm trabalhos no Brasil e exterior.
É autor dos livros de poesia Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Turnê do Encantamento (2009) e Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012), que trata da apropriação do celular na educação e comunicação e foi finalista do Prêmio Jabuti 2013 na categoria “Educação”. Esses trabalhos foram lançados em diversos eventos, como Bienal do Livro de São Paulo, Balada Literária (SP), Casa das Rosas (SP), WebCurrículo (SP), Psiu Poético (MG), entre outros, e podem ser encontrados em livrarias e espaços culturais e educativos.
Merije também é criador e curador de eventos literários, como “Sarau Suprasensorial”, “Sarau do Memorial Minas Gerais-Vale”, “Sumário Poético” e “Bienal de Poesia de Minas Gerais”, e já participou dos grupos de poesia performática “Tripa de Mico Estrela” e “Panela de Expressão”. Por dois anos foi titular da coluna “Bom de Ler”, na revista BHS, com dicas de leitura.
Como jornalista, trabalhou para veículos no Brasil (Revista Palavra, Rede Minas, TV Horizonte, TV SENAC, O Tempo, Vivo Music Tones, Rádio Inconfidência, Savassi FM) e no exterior (Folha de São Paulo/caderno Folha Ilustrada, Euro Brasil Press, ambos em Londres) e é colaborador de revistas, jornais e sites.
Em paralelo, junto e interfaceando com a literatura, Merije se lança em constantes novas aventuras, pois acredita que toda experiência alimenta a escrita.
Na música lançou os discos autorais “Coletivo Universal” (2004), “Peopleware” (2009), “Se você perder a voz” (2011), “Suprasensorial” (2012). Nele, é proposto a mistura de nossos ritmos com a participação de trinta e dois músicos, entre eles, um dos mestres do trombone brasileiro Raul de Souza, “Liganóis” (2013), o DVD “Feito Durante o Dia” (2013), entre outros trabalhos. (fazer uma associação ao nome artístico “Merije” que é feito durante o dia).
Como roteirista e diretor audiovisual têm vários trabalhos exibidos na internet, em canais de TV e festivais de cinema.
No campo das iniciativas sociais, é idealizador e gestor do projeto cultural e educativo Minha Vida Mobile – MVMob- www.mvmob.com.br, que tem o objetivo de capacitar estudantes e educadores para produzir conteúdo audiovisual com celulares, fazendo do telefone um aliado no processo educacional.

Este trabalho objetiva apresentar o livro Viagem a Minas Gerais, do escritor, educador, jornalista, compositor, poeta e videasta Wagner Merije, na perspectiva de uma etnografia poética. Ao fazer sua travessia pelo estado de Minas, o autor dialoga com as línguas, religiões, tradições, que são transmitidas pelas gerações. Nessa perspectiva, acreditamos que mesmo sendo frutos da formação de várias etnias, conseguimos encontrar um ponto, ou alguns pontos em comum em na formação de povo mineiro, atestando assim nossa mineiridade.
Em Viagem a Minas Gerais, Merije faz uma epopéia contemporânea sobre nossos múltiplos Gerais, nossa identidade única de ser mineiro, povo desconfiado, de fala pouca e olhar sucinto. Com esmero aborda nossas raízes cavadas por diversas tribos e quilombos, facetas que nos compõem e nos faz ser assim, resistentes e bravos como o cerrado que nos envolve. Traz à tona a importância das marcas deixadas pelos nossos ancestrais: a língua, culinária, folclore e religiões. O livro é composto por setenta e oito poemas e o autor, em sua epopéia, atravessa mais de 220 municípios mineiros.
Nossas Minas são muitas e os Gerais vastos: geografia, divisas, fauna, flora, tudo em Minas parece querer falar. Um falar pouco, de voz macia e lenta, e já diziam que o relógio aqui anda mais lento mesmo, numa toada de carro de boi, num fim de tarde que se esvai junto com o cigarro de palha do matuto. Tudo aqui vira poesia, tudo aqui dá prosa na beirada do fogão, e de lá pro terreiro, onde se afina a viola, enquanto isso conta-se um causo, pronto, é folia de reis, é cantoria de fazer inveja, é festa de mineiro.
Índios e negros, com suas tribos e seus quilombos, abriram picadas nesse mundo sem fim, deixando aqui, de forma indelével, com todo seu sofrimento e sangue derramado, uma força desmedida que reverbera de forma aguda na alma do ser mineiro. Essa mesma força, e uso aqui uma expressão criada pelo poeta Merije: “caldo da cultura que eu tanto gosto”, foi o caldo grosso que nos dá um tempero e um sabor sui generis.
Em Viagem a Minas Gerais percebemos a presença de uma etnografia poética suscitada por Wagner Merije, que cumpre, como bom poeta que é, além de tantos outros compromissos com a poesia, o de ser, como diria Ezra Pound, a antena da raça. Antena essa que nos faz enxergar o valor dessas etnias várias em nossa formação, reconhecendo-as e assim, nos fazendo sujeitos entendedores de nosso processo de formação, auxiliando e iluminando essa relação com o outro, com Minas, com o mundo.
João Rosa em Grande Sertão: veredas, dizia que “o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe pra gente é no meio da travessia”. É isso que o autor propõe. De forma audaciosa se embrenha e se move por entre nossas montanhas e cerrados, veredas e sertões, rios e cascatas, degustando o aprazível sabor de nossas quitandas, nossa gastronomia sagrada, num trabalho mágico de travessia poética, nesses vastos cantos de um mundo à parte chamado Minas. Essa obra sugere ao coração o orgulho em ser mineiro.

Consideremos o poema abaixo:

Sentimentos de Minas

Quem conhece Minas
Adquire mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Tua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

Percebemos como é impactante e transformador esse encontro, por toda carga emblemática que Minas representa. Quem a conhece nunca mais será o mesmo. O uso de metáforas, como por exemplo, “nova cor na retina”, acentua ainda mais o caráter desse encontro tornando-o inesquecível. Minas se transforma num sentimento, algo abstrato e forte, que fica e não vai embora, é incorporado à alma do sujeito, a saudade incomoda, palpita, faz lembrar sempre. Outro ponto a salientar é o fato de aqui em Minas, as esquinas assumem outra identidade, elas possuem outro valor, não são esquinas comuns. O nosso Clube da Esquina, de Beto Guedes, Toninho Horta, Lô Borges, Milton Nascimento, Fernando Brant entre outros, as tornaram mágicas através de harmonias extremamente sofisticadas e letras encantatórias de uma inventividade peculiar, numa construção musical esmerada, que toca a alma sem muito esforço.
Citamos agora, esse poema que demonstra o relacionamento intrínseco que a culinária assume na vida do mineiro:

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra
O pão de queijo, uma das iguarias mais emblemáticas da gastronomia mineira (especula-se que a receita exista desde o século XVIII), está representado no poema como uma fonte suprema de energia e disposição (o que o espinafre, por exemplo, representaria pro Popeye) e através dessa energia, se enfrentaria qualquer situação, até mesmo uma guerra. Dessa forma temos um elemento de nossa cultura gastronômica reafirmando nossa mineiridade.

No poema “Tribos de Minas”, Merije utiliza o nome das doze etnias indígenas espalhadas em territórios diferentes dentro do nosso estado, bem como expressões que nomeiam cidades, ruas entre outros lugares, nosso vocabulário. O poeta (re) afirma a profunda participação da cultura indígena em nossa formação, em nosso patrimônio, ao mesmo tempo que como diria Suassuna; “fala do povo para povo”.
Segundo Donizete Rodrigues em seu trabalho “Patrimônio cultural, Memória social e Identidade: uma abordagem antropológica”, património é o conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse coletivo, suficientemente relevantes para a perpetuação no tempo. O património faz recordar o passado; é uma manifestação, um testemunho, uma invocação, ou melhor, uma convocação do passado. Tem, portanto, a função de (re) memorar acontecimentos mais importantes.
Na primeira estrofe há uma pergunta de extrema reflexão: “cadê os índios de Minas?” Diante do questionamento, tenta-se encontrar uma justificativa:

Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?

Chega-se a triste conclusão: “Parecem longe, LONGE”. O poema sugere dessa forma uma parcial extinção das tribos que aqui existiram. O que era abundância, hoje se tornou raro. Suscita uma análise crítica sobre nossos antepassados indígenas, colocando em xeque toda estrutura de tratamento para com eles.
Mais abaixo, o eu lírico nos diz:
E de repente percebo que estamos
Em toda parte

Outra (re) afirmação de que a cultura indígena está entranhada em nós, em nossos hábitos, em nossa memória. Estão em todo lugar, nos rodeia de toda forma, são nossos antepassados vivos, lúcidos. Passaram, sofreram, mas deixaram sua cultura.
Finalizando, me apoio no movimento antropofágico de Oswald de Andrade, inaugurado na semana de arte moderna de 1922, o qual era composto por duas vertentes. A primeira se voltava para a produção nacional, ou seja, a cultura indígena, liberação dos instintos e valorização da inocência. A segunda era baseada na proposta de não rejeitar, não refutar o que era oriundo da Europa ou de outros países. Sendo assim, usamos num contexto filosófico o termo alteridade, ou seja, eu respeito, digiro, devoro, me aproprio, me construo na cultura do outro, e assim, me faço humano. Nessa medida, trabalha-se o processo de aceitação do indivíduo, tornando mais aprazível as relações com o próximo, consigo mesmo e com o mundo.
Essa relação fica clara na estrofe abaixo:

Índia Minas
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, o dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

Merije deixa claro que somos frutos de negros, índios, mulatos, caboclos, mamelucos, somos miscigenação, somos caldo da cultura desse povo que nos forma, que nos faz ser assim, unicamente mineiros, unicamente humanos.

Tribos de Minas

Macro-jê
Caiapós, Tupys, Guaranys, Krebaks, Botocudos
Cadê os índios de Minas?
Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?
Parecem longe, LONGE

Chamo, CHAMO por NÓS
Acaiaca, Aimorés, Açucena, Abaeté
Aiuruoca, Almenara, Araçuaí, Araguari
Bambuí, Botumirim
E de repente percebo que estamos
Em toda parte
Jequitinhonha, Joaíma, Juatuba
Machacalis, Manhuaçu, Manhumirim

Minas tem o corpo de índia
A cultura indígena está entranhada
No corpo de Minas
Itabira, Itabirito, Itaúna
Itajubá, Itambé do Mato Dentro
Itapecerica, Igarapé

Minas é uma Indianápolis
Basta ouvir seus sons
Guanhães, Guaraciaba
Guarará, Guaxupé, Gurinhatã

UM TROVÃO . . .
É TUPÃ!!!

Na pajelança os espíritos vão dançar
Junto com Iara e Oxossi também
Resiste Bugre, criado nas Braúnas
Nos Buritis, no Buritizeiro
Irmãos de Caeté, Carapós e puris
Das bandas de Camanducaia, Cambuí
Cambuquira e Carandaí

Índia Minas,
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, no dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

O TROVÃO . . .
É TUPÃ QUE PERGUNTA . . .
E a pergunta ecoa:
Cadê os índios de Minas?
Cadê eu?
Cadê você, irmão brasileiro?
Inimutaba, Ipanema, Ipatinga
Ubá, Ubaporanga, Unaí

Cadê?
ARANÃ, CAXIXÓ, MAXAKALI, PANKARARU
PATAXÓ, MOKURIÑ, XUKURU-KARIRI
XAKRIABÁ, CAFÚ-AWA-ARACHÁS”

Por Cicero NetoDepartamento de LetrasUnimontes

Fica a dica de leitura: “Viagem a Minas Gerais”.
Acompanhe a trajetória do livro aqui: www.merije.com.br/diario/viagem-a-minas-gerais-o-livro

Cicero Neto lê Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético_10102014

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Sarau do Memorial com Adri Aleixo e João Gabriel Furbino


11 maio

Sarau do Memorial_Adri Aleixo_João Furbino

O Sarau do Memorial chega à 28ª edição e apresenta dois novos poetas: Adri Aleixo e João Gabriel Furbino.

O título da apresentação de Adri Aleixo é “Pés”.
Um corte especial na obra de Adri Aleixo, mostra seus poemas telúricos e exíguos: uma espécie de metafísica ancorada em elementos da natureza. Performance inédita.

O título da apresentação de João Gabriel Furbino é o mesmo de seu primeiro livro, No meio da rua. O poeta reúne poemas inéditos e monólogos instigantes, subversivos e enternecedores . “Lugar de escrever poesia é no próprio corpo – e com a navalha bem afiada”, anuncia o autor, num de seus versos. Suas palavras são como navalhas afiadas, usadas no meio da rua, no meio da cidade.

Adri Aleixo – Minibio: Mãe, estudante, professora de linguagens e poeta. Mineira de Conselheiro Lafaiete, que vive há três anos em Belo Horizonte. Publicou Des.caminhos, editora Patuá, 2014.

João Gabriel Furbino – Minibio: Estuda letras na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com o monólogo Horácio, que integra seu primeiro livro, foi um dos premiados do II Concurso Travessia (2014), organizado pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Letras da UFMG.

Curadoria: Wagner Merije

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Oh yes!


20 mar

Yes!
Oh yes!
Agora tenho banana
E money
Sou a bola da vez
Yes!
Oh Yes!
Tenho mais banana
Do que money
Mas acham que sou burguês
Yes!
Oh yes!
Os orangotangos
Da selva amazônica
Também falam Inglês
Yes!
Oh yes!
Superávit
Supérflua obsolescência
Também entendo xadrez
Yes!
Oh Yes!
Na era do conhecimento
Das potentes patentes
Cada um de mim vale por três
Yes!
Oh yes!
Realidade é outra
Dignidade é pouca
Colonialês
Sim!
Se for assim:
Na igualdade
Com lealdade
Sou de Minas e falo Português

(Do livro “Viagem a Minas Gerais”)

Foto: Merije

Foto: Merije

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Adélia


21 jan

Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

Do livro “Viagem a Minas Gerais”

Wagner Merije_Adélia Prado_Sarau do Memorial_270113

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Viagem a Minas Gerais, o livro


16 jan

Viagem a Minas Gerais _capa_final

Uma viagem fantástica

O quarto livro do escritor Wagner Merije é um convite a uma deliciosa viagem pelo imenso estado de Minas Gerais, um estado que em si representa diversidade. No caminho são utilizados diferentes meios de locomoção, inclusive máquina do tempo. Então aperte os cintos, abra bem os olhos e sinta com todos os sentidos…3…2…1… partiu…

Trata-se de um trabalho inédito, contemporâneo e criativo. Uma viagem real e imaginária por uma Minas Gerais real e fantástica, por um lugar ainda por ser descoberto por mineiros, brasileiros e estrangeiros. É também um mergulho no “ser mineiro”, uma abordagem bem-humorado e critica sobre a mineiridade.

O livro consumiu vários anos de trabalho do autor e o resultado, com mais de 220 municípios de Minas Gerais citados, representa uma epopéia, a exemplo de outros livros como o “Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, o “Romanceiro Gitano”, de Garcia Lorca, “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e a “Odisséia”, de Homero.

“O leitor poderá encarar esse livro também como um exercício jornalístico, antropológico, documental, geográfico… São também memórias poéticas de uma Minas Gerais que são muitas, de vidas vividas e imaginadas. Penso que falar da gigante Minas é um desafio enorme. Seria impossível esgotar o assunto neste livro apenas. Por isso, esse é o volume I”, diz o autor.

“Viagem a Minas Gerais” além de ser um livro, já vem com outros predicados: um documento da memória, uma obra de arte em si, uma bela lembrança para todos, brasileiros e estrangeiros, que vêem a Minas e querem levar de volta para casa uma obra que represente o espírito acolhedor e poético dos mineiros.

“Como diz Drummond: “Ser Mineiro é… é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Ser Mineiro é dizer “uai”, é ser diferente (…)
é ter história”, cita o autor.

Fica o convite: Viajem a Minas Gerais!

 

Orelha
Minas Gerais, com sua imensidão cultural e geográfica, vem historicamente seduzindo poetas, artistas e viajantes de todo o planeta.
Guimarães Rosa junto com Manuelzão fez o caminho que originou o “Grande Sertão: Veredas”. Manoel Bandeira, visitando nosso estado, produziu o “Guia de Ouro Preto”. Mário de Andrade com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e o suíço Blaise Cendrars, acompanhados de uma turma da Semana de Arte Moderna, andaram visitando nossa terra, linkando nossos poetas com o vasto mundo, oportunidade em que conheceram Carlos Drummond de Andrade e seus amigos.
Agora o poeta, compositor, videasta e criador plural Wagner Merije, nos apresenta seu novo livro de poemas “Viagem a Minas Gerais”, no qual com seu olhar multifacetado, tenta apreender nosso estado, que apresenta tão grande geografia humana, distribuída por mais de 850 municípios.
Cada cidade lhe suscita um poema, uma homenagem singela, que mais adiante pode virar cantoria, vídeo, cinema, teatro etc.
O poeta Wagner Merije, através da sua viagem, vai nos revelando Minas e seus Gerais, com sua gente, seus lugares, suas histórias, seus sabores e seus amores tantos. Com este livro voltamos a repensar o nosso jeito de ser mineiro e ‘geraiszeiro’.
“Drummomd está na fazenda
Guimarães Rosa se embrenhou pelas veredas
Darcy Ribeiro foi para a aldeia
Fernando Sabino está nos arcos de Santa Tereza
Cacaso faz a linha vermelha
Santos Dumont dizem que se suicidou
Júlio Emílio Tentaterra dança no inferno
Marku Ribas está fazendo folia no rio São Francisco
E eu, de cá te digo, não estou me sentindo muito bem…”
Com o poema “Liga dos Encantados” Wagner Merije costura a linha invisível que liga nossos inventores de todos os tempos em um só espaço. E, mais do que nunca, fica clara/escura a nossa multiplicidade.

Aroldo Pereira – Autor dos livros “Cinema Bumerangue” e “Parangolivro”
Curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

 

Prefácio
Dizem que Minas começa em Extrema e vai terminar em Montalvânia, na fronteira com a Bahia.
Na enciclopédia, Minas surge em Abadia dos Dourados e, mais de oitocentas cidades depois, vai se findar em Volta Grande, na Zona da Mata.
Já a Minas de Wagner Merije se inicia em Belo Horizonte e vai até muito longe, no sem-fim de um campo geral.
Ele sabe que da pedra viemos e relata essa intrincada geografia de quinas e arestas, onde Turmalina irá rimar com Diamantina.
Em sua caminhada, guiada provavelmente por São José da Safira, surgem sombras de índios emboscados, escravos fugidos e poetas conspiradores.
Sim, e muitos outros poetas, como Drummond, Adélia Prado, Manuel Bandeira e Garcia Lorca acompanham Merije nesse caminho, seguindo na estrada pra Guardinha, com pão de queijo e rapadura no embornal.
Venha se aventurar com eles nesse lugar povoado de sanfonas e sinfonias, outonos e outroras, aonde um mundo se funda, onde o Rio Jequitinhonha deságua no Mar de Espanha, levando o vaqueiro Riobaldo a bordo de um barquinho de papel.

José Santos é mineiro de Santana do Deserto e escreve livros para crianças e jovens. É fundador do Museu da Pessoa.

 

…… QUATRO POEMAS ……

Adélia
Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra

Sentimento de Minas

Quem conhece Minas
Adquire, mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Sua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

De pedra

Somos feitos de pedra
Da pedra viemos
Rochedo de Minas, Cascalho Rico
Cristais, Cristália, Crisólita
Carbonita, Diamantina
Ouro Preto, Ouro Branco
Prata, Pratápolis, Pratinha
Rubelita, Turmalina
São José da Safira
Pedra Azul, Pedra Bonita, Pedra do Anta
Pedra do Indaiá, Pedra Dourada
Pedralva, Pedras de Maria da Cruz
Queluzito, Berilo
E Esmeraldas
Lavras, Lavras Novas
Nosso chão é Pedrinópolis
Para a pedra voltaremos
Terminaremos todos em pó
Seremos todos o futuro chão de Minas

 

 Sobre o autor

Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013).

Confira uma análise do livro: www.merije.com.br/diario/analise-do-livro-viagem-a-minas-gerais/

 

DADOS DO LIVRO
Título: Viagem a Minas Gerais
Autor: Wagner Merije
Número de páginas: 188 págs.
Gênero: Poesia/Viagens/Memórias
Formato: 14×21 cm
Material: papel Pólen bold 80g
ISBN: 978-85-67515-01-4
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

Fotos dos lançamentos
Estação Ouvidor Savassi
Estação Casa das Rosas
Estação Psiu Poético – Montes Claros-MG

Estação Fórum das Letras – Ouro Preto
Estação Bienal do Livro de Divinópolis

Agenda de lançamento
Janeiro
Belo Horizonte-MG – 25/01/2014 – Livraria Ouvidor – Rua Fernandes Tourinho, 253 – Savassi – Das 11h às 14hs

Abril
São Paulo-SP – 16/04/14 – Casa das Rosas – 19h às 21h30

Junho
São Paulo-SP – Parque da Juventude

Agosto
João Monlevade-MG

Setembro
Salvador-BA – Porto dos Livros

Outubro
Montes Claros-MG – 10/10/14 – 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

Novembro
Ouro Preto-MG – Fórum da Letras
Divinópolis-MG – Bienal do Livro de Divinópolis

Dezembro
Belo Horizonte-MG – Circuito Literário Praça da Liberdade

 

 

Arte: Rômulo Garcias

Arte: Rômulo Garcias

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Sarau do Memorial com Adélia Prado


27 jan

Sarau do Memorial Minas Gerais Vale
Projeto e Curadoria: Wagner Merije
Convidada especial – Adélia Prado

Janeiro 2013

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Sarau do Memorial Minas Gerais Vale


23 jan

Wagner Merije é o responsável pela curadoria e a coordenação artística do SARAU DO MEMORIAL, que estreia neste janeiro de 2013 no Memorial Minas Gerais – Vale, que faz parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade.
O projeto Sarau do Memorial tem como objetivo apresentar, promover e difundir a poesia feita em Minas Gerais e celebrá-la junto com o público em apresentações de poetas representantes de várias gerações, movimentos e regiões do estado.
A proposta é celebrar a diversidade da poesia que a gente vive, em suas múltiplas representações criativas. Além de leituras, estão previstas apresentações que poderão contar com músicos, videomaker, bailarinos e outros criadores convidados.
Em sintonia com a proposta multimídia do Memorial, homenagens especiais serão feitas à vida e obra de artistas símbolos de Minas Gerais, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Lygia Clark e Sebastião Salgado.

Você é nosso convidado para esta celebração!

Apresentações
As apresentações acontecem mensalmente, no último domingo do mês, às 11hs e às 13hs, com entrada franca (retirada de senha 30 minutos antes) na preciosa Casa da Ópera do Memorial Minas Gerais Vale.

Programação
Janeiro
Adélia Prado – 27/01/2013

Adelia Prado_foto Jordano Prado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fevereiro
Ricardo Aleixo – 24/02/2013

Março
Guiomar de Grammont – 31/03/2013

Abril
Jorge Emil – 28/04/2013

Maio
Luciana Tonelli – 26/05/2013

FICHA TÉCNICA
Realização
Memorial Minas Gerais Vale

Curadoria e Coordenação Artística
Wagner Merije

Produção
Mercado Moderno & Lazuli

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Suprasensorial Live_Record News_TV Record_R7


22 jul
Foto: Roberta Scatolini

Foto: Roberta Scatolini

Suprasensorial Live

Merije interpreta duas de suas músicas e conversa com o jornalista Heródoto Bárbero – Record News, Jornal da Record e R7.

Merije plays live on Brazilian TV – Record News.

Noite linda, oportunidade muito especial!
Beatiful night, great gig!

Salve Santa Cecília, padroeira da música!

Aprecie sem moderação!
Vibe Positiva!
Boas Ideias!
Conhecimento!
Arte!
Cultura!
Educação!
Transformação!
Encontros!
Poesia!
Vida!

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suprasensorial – Disco, Album, CD


09 mar
cd Merije; arte João Maciel; design Ric Cançado

cd Merije; arte João Maciel; design Ric Cançado

Baixe aqui o album inteiro/Download the album

 

suprasensorial
ou
o dia em que a poesia fez folia no país do carnaval

Estas são minhas músicas favoritas, dentre as várias que já compus até aqui. Através delas canto minha poesia, minha história, meu caminho, meus mestres, amig@s e minhas ideias para um mundo melhor. Com este repertório celebro a amizade, relembro viagens e lugares e saúdo a vida.
Atribuo a 3 pessoas a motivação para reunir essas músicas nesta coletânea. Primeiro foi um amigo europeu que mora na Austrália: “Man, eu gostaria de ser jovem um pouco mais. E descobri que a música pode me proporcionar isto. Você poderia me ajudar montando para mim uma coletânea com suas músicas preferidas”, disse ele.
Outro motivador foi o que chamo de “urgência do sonho”. A morte do músico e poeta pernambucano Chico Science me abalou muito. No exílio criativo em que me encontrava na fria Londres no final da década de 90, o susto foi duplo: primeiro porque minha mãe, quem me deu a notícia primeiro, se confundiu e disse que um músico e poeta de nome Chico César havia partido. Mas Chico César está vivo e criativo. Salve! Pouco tempo depois soube de fato quem quem havia partido precocemente fora Chico Science, nas portas do carnaval de Olinda, em fevereiro de 1997.
Um manhã dessas acordei de sonhos muito loucos, um sentimento de urgência muito grande, com uma frase de Chico na cabeça: “sinto vontade de fazer muita coisa”. Era 2 de fevereiro, 2012, completavam 15 anos de falta, ausência, saudade do cara que chegou com sua poesia, sua música, suas ideias e mudou um monte de coisas.
Meu corpo é extensão desse mundo louco, mas não é eterno. O que fica é o que a gente fez de bom! Quero mais do que nunca, compartilhar boas ideias com arte, sensibilidade, vontade de curar as dores e libertar os medos.
Por isso, toda vez que alguém pergunta que tipo de música faço, respondo “suprasensorial”, pois minhas criações são “dirigidas aos sentidos do indivíduo para desaliená-lo do condicionamento do cotidiano”. É uma proposição estética e filosófica a partir de um novo comportamento perceptivo. Nisso me inspiro no artista plástico e performer carioca Hélio Oiticica, que com suas artes buscava “dilatar a consciência do indivíduo” não mais através do intelecto mas da vivência da liberdade.
Para H.O, a passagem de uma participação “simples e estrutural”, para uma participação “sensorial” desemboca na própria vida diária. Como ele, me interesso no “comportamento”, isto é, levar os indivíduos a exercer sua liberdade. Esta vivência a ser estimulada, é um instante “criador”, “livre”, mas não necessariamente “feliz”. Há muitos temores e sentimentos antagônicos que surgem nesse processo.
A vivência do instante sinaliza o início do “suprasensorial”. A passagem do sensorial para o suprasensorial se dá na transposição de barreiras da “inibição puramente sensorial”. O suprasensorial (arte ou antiarte) é uma manifestação de caráter coletivo. O suprasensorial é consciente, amoroso, compartilhador. H.O. opõe essa “força mítica” à “inteligentsia”. Escreveu: “toda tentativa individual de expressão deve ser respeitada como uma ‘arte’.”
Além disso, para mim foi uma surpresa perceber quantos músicos bacanas e compositores de talento compartilharam da vida dessas faixas aqui reunidas. Prova de que os caminhos da música mais une do que separa. Parece uma roda de samba em comunhão suprasensorial. Santa Cecília cuide bem de todos os parceiros, convidados e inspiradores.
Agora, uma voz lá do fundo vem dizer: das marés orgiásticas e dos temporais febris surge esse meu canto lúdico, lírico, onírico. Aqui apresento minhas canções de união, liberdade e amor.
Que toquem seu coração, te façam bem e te proporcionem momentos suprasensoriais.

Merije, março, 2012

Músicas / Tracks

1. Mil Maravilhas – Merije
2. Sweet São Paulo – Merije
3. Todo mundo quer ser brasileiro – Merije/Jamphel D
4. Sejam realistas – Merije/Jamphel D
5. Varanda – Merije/Kiko Klaus
6. Liga Lize (para refletir sobre a verdade) – Merije/Daniel Saavedra
7. Muito a fazer e descobrir – Merije/Jamphel D
8. A caminho do mar – Merije/Kiko Klaus
9. Conhecer Alice – Merije/Jamphel D
10. Uma bossinha para Raul de Souza – Merije/Jamphel D
11. Deve ter um jeito de te conquistar – Merije/Jamphel D
12. Chao & Pigalle – Merije/Daniel Saavedra
13. Depois daquele beijo – Merije/Jamphel D
14. Peopleware – Merije
15. Calor (très chaud) – Merije
16. Mil Maravilhas (Beyond Ipanema Mix) – Merije

 

Com os parceiros e músicos convidados / With the partners and guest musicians:
Adoniran Barbosa: 2 (papo)
Aline Calixto: 5, 8 (vocal)
Alfredo Bello: 5, 8 (baixo acústico)
André Lima: 5 (hammond)
Daniel Barbosa: 12 (backing vocal)
Daniel Saavedra: 1, 6, 12 (beat, baixo, guitarra, teclado), 8 (synth)
David Bemfica: 14 (guitarra)
Egler Bruno: 8 (guitarra)
Gil Duarte: 2 (escaleta), 14 (flauta), 15 (flauta, trombone, sax)
1mpar: 16 (remix)
Jamphel D: 3, 4, 7, 9, 10, 11, 13 (programação, teclados, samples, production, mix), 3, 4, 11, 13 (backing vocal)
João Maciel: imagem/pintura
Júlia Ribas: 6, 12 (vocals)
Juliano Mourão: 6 (vocals)
Kiko Klaus: 5 (voz, violão, synth, production, mix), 8 (voz, violão, production, mix), 11 (backing vocal + mix)
Marcos Martino: 10 (acoustic guitar)
Marku Ribas: 6 (vocals)
Merije: production, programming, vocal, beats, samples, percussion, arranjos, mix
Pipo Pegoraro: 2 (voz, mpc, samples, acoustic guitar, keyboard, production, mix), 14 (mpc, guitar, production, mix), 15 (mpc, production, mix)
Raul de Souza: 10 (voice)
Ric Cançado: imagem/design
Ricardo Pesce: 15 (accordeon)
Roberta Fly: 1, , 16 (voz)
Rodrigo Araújo: 1 (flauta), 12 (flauta, samples, backing vocal)
Simone Soul: 5 (bateria, percussão), 8 (percussão)

Faixa/Tracks 1, 6, 12 originalmente lançadas no cd “Coletivo Universal” (Coletivo Universal, 2004)

Faixa/Track 2, 14, 15, 16 originalmente lançada no cd “Peopleware” (Merije, 2009, peopleware music)

Faixas/Tracks 5 e 8 originalmente lançadas no cd “O vivido e o inventado” (Kiko Klaus, 2008, camarada rcs)

Faixas/Tracks 3, 4, 7, 9, 10, 11, 13 originalmente lançada no cd “Se você perder a voz” (Jamphel D & Merije, 2011)

Veja vídeos, fotos e ouça outras músicas em www.merije.com.br
Watch vídeos, see fotos e listen to other songs at www.merije.com.br

 

Merije e o Coletivo Universal

Merije e o Coletivo Universal vêm desde o início dos anos 2.000 desenvolvendo um trabalho musical e artístico sobre a base de um discurso sólido, fortemente poético, que se define por buscar novas reflexões sobre a identidade brasileira, a necessidade de alcançar uma clara consciência do caráter crítico, cultural e intelectual de toda obra de arte e o papel transformador dessa frente à sociedade.
Na liderança do grupo está o compositor, DJ, produtor, sound designer e vocalista Merije, considerado um dos artistas mais versáteis de sua geração. Sua mistura de Experimental Pop com Música Brasileira, Rock, Electro, Latin, Hip Hop e trilhas de cinema pode ser ouvida e vista em muitas produções, no Brasil e no exterior.
Com o Coletivo Universal, Merije lançou o CD de mesmo nome em 2004, com excelentes críticas, e o DVD “Na Paulista/Suprasensorial” (2008), gravado ao vivo no Itaú Cultural da Avenida Paulista, dentro do Rumos Música Itaú Cultural.
A música de Merije pode ser ouvida também no documentário “Beyond Ipanema” (www.beyondipanema.com), nas coletâneas internacionais “New Sounds from Brazil” (BM&A/2008), “Smoking Brasil Deluxe” (ST2/2007), “Delicadencia” (Sambafrique/2007), “Sim Coletânea” (SIM/2005), nos CDs de parceiros como Marku Ribas, Kiko Klaus, The Paula, Reco Bastos, Jamphel D, Roberta Fly, entre outros. Seu primeiro cd solo, “Peopleware” (2009), foi considerado por críticos como Béco Dranoff, do selo Ziriguiboom, de Nova York, como um dos três melhores de 2010.
Merije também tem parcerias em projetos com o mestre do trombone, Raul de Souza, o mago do piano, João Donato, bem como com companhias de dança e programas de TV, e é idealizador do projeto “DJ.Art – A revolução Musical Contemporânea”.
Todo esse trabalho vem rendendo elogios da crítica e da imprensa e convites para apresentações no Brasil e no exterior, com destaque para Virada Paulista, Smoking Festival, Rumos Itaú Cultural, Vivo Eletronika, Conexão Vivo, SambaCana Groove, entre outros eventos e festivais.
Por sua originalidade, Merije e o Coletivo Universal já tiveram seu trabalho reconhecido pela imprensa (Revista Bravo, Folha de São Paulo, Revista Piauí, Caros Amigos, Rolling Stones etc) e pelo público, e sua música circula pelo mundo ao lado de artistas como Céu, Curumim, Mundo Livre, Instituto, Tita Lima, Manu Chao, Roberto Menescal, DJ Marcelinho da Lua, Vanguart, 3 na Massa, Mombojó, La Pupunã, Soul Galaktik, The Pinker Tones, para citar alguns.

 

Discografia
-“Se você perder a voz” – Jamphel D & Merije – cd autoral – composição, arranjos, produção, interpretação (2011)
-“Peopleware” – cd autoral – composição, arranjos, produção, interpretação (2009)
-“Bossa Eterna” – Biscoito Fino – com Raul de Souza, João Donato e convidados – produção (2008)
-“Smoking Brasil Deluxe” – composição, arranjos, produção, interpretação (2008)
-“O Vivido e o Inventado” – Kiko Klaus (2006) – composição (2008)
–“New Brazilian Music” – BM&A – composição (2007)
-“Delicadencia” – composição, interpretação (2007)
-“Meninas de Sinhá – Tá caindo fulô” – (Premio Tim da Musica Brasileira) – produção (2007)
-“SIM Coletânea” – produção, composição (2006)
-“Coletivo Universal” – (2004)
“Marku Ribas – Passando o som – Vol. 1” – produção, (2003)
-“The Paula – Ouça e Escute” – composição, produção (2001)
-“Reco Bastos – Antenando” – composição, arranjos, remix (1999)

 

Videografia
-“Peopleware” – musicvideo (2011)
-“Coragem” – musicvideo (2011)
-“Sweet São Paulo” – musicvideo (2010/2011)
-“Deus criou o beat” – musicvideo (2010)
-“Beyond Ipanema” – MusicDocumentary – composição musical (2009)
-“Suprasensorial – Coletivo Universal na Paulista” – Rumos Itaú Cultural – DVD (2008/2010)
-“Por toda nação” – musicvideo (2006)
-“Mil Maravilhas” – musicvideo (2005)
-“Sambampler” – musicvídeo (2005)

 

Shows & Management

Aquarela Brasileira
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www.facebook.com/aquarelabrasileira
faleaquarela@gmail.com

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Turnê do Encantamento – primeiro livro de Wagner Merije


10 fev

 

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A poesia pode transformar a vida das pessoas e fazer folia no nosso cotidiano e, por isso mesmo, “Turnê do Encantamento” vai te tocar profundamente.
Bem escrito, composto por textos inspirados e instigantes, e com um belo tratamento visual, o primeiro livro do poeta, escritor, jornalista e compositor Wagner Merije conduz o leitor por um roteiro imagético e sensorial embalado por uma trilha sonora delicada e ritmada.
O autor mergulha também em outros temas, como o cinema, a literatura beat, o existencialismo, a reflexão sobre o amor, as relações humanas, as cidades e a conquista da dignidade do ser.
O livro reúne poemas escritos ao longo dos últimos 15 anos, elaborados em várias cidades e países e conta com fotos e colagens do próprio autor.
Poesia ou memórias? Narrativa visual.


ALGUNS POEMAS

respeitável público
aqui peço licença
para abrir caminho
para a’soprar o vento
ó respeitável público
me dê licença
para fazer
da sua imaginação
o meu templo

Como espectador
da miséria dos músculos,
meu combustível é o desejo.
É o desejo,
e assim desejo me anunciar…

Não sou o infinito
Sou uma obra de deus inacabada,
Um laboratório de experiências
Uma alma feita de pólvora
e sensibilidade

A bem da verdade
Cada um nasce para alguma coisa
A bem da verdade
Cada um tem sua missão
minha arte fazer parte
minha parte fazer arte

Deve ser uma estrela que nasceu
Na minha cabeça
Porque de repente
Acendeu uma certeza
No meu coração

Pra onde vai o fogo, depois que/ se apaga?/ (…)
Enquanto eu não mergulhar,/ como as raízes,/
Para dentro da “rocha viva da/nossa raça”,/
Nunca serei árvore…nem fruto…/
Apenas uma vela sob a luz do sol…

Muita gente não consegue escutar
No silêncio os dizeres do mundo
O vento beija a pólvora/ Ouriça os ânimos/ O céu estremece com o fogo que sobe por suas entranhas

Eles queriam Jesus/ E não queriam de graça

Vingança não é anestesia

Coragem
Vou seguir sem medo, sem preconceito,
sem esperar aplauso, vou fazer o que tem que ser feito

Tô pedindo a Deus coragem
Coragem pra prosseguir
O homem na estrada é filho de Deus
Olha ele aí

É nessas horas que se comprova
Se Deus existe mesmo
Esse mundão lá fora
E até a coragem tem seu preço

Levanta a cabeça, lembra da sua mãe
Que como um milagre te trouxe a vida
Agora é contigo, cumpradre
Se vira

Quem é que nunca teve medo de mudar?
Quem é que nunca pensou em desistir?
Mas e aqueles que conseguiram chegar lá?
E aqueles que conseguiram ser feliz?

Quem é que nunca quis experimentar?
Quem é que nunca tentou se iludir?
Fico com aqueles que fizeram como era de se esperar,
Deixaram o coração decidir!

Coragem

Vou seguir sem medo, sem preconceito,
sem esperar aplauso, vou fazer o que tem que ser feito

 

SOBRE O AUTOR

Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013).  Mantém o site www.merije.com.br

 

DADOS DO LIVRO
Título: Turnê do Encantamento
Autor: Wagner Merije
Editora: M/Aquarela Brasileira
Número de páginas: 80 págs.
Gênero: Poesia
Formato: 15×20 cm
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

 

arte parte

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