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Fiquei sabendo que o poeta e jornalista Júlio Emílio Tentaterra foi passear no astral.
Conheci o Júlio no meio dos anos 90, em BH, pela poesia, na poesia. Seu amor pela poesia era tão grande, tão profundo, em um tempo em a poesia era marginal, que fez minha vontade/destino de ser poeta aumentar. No fundo, ele foi um dos caras que me disse: a gente não escolhe, é a poesia que nos escolhe.
Com o J.E.T fiz fanzines, shows, participei dos grupos Tripa de Mico Estrela e Panela de Expressão, sonhamos, criamos, choramos, inventamos e até em jornal trabalhamos juntos. O cara era também um grande jornalista. Dediquei a ele, entre outros companheiros de “luta pela poesia” meu primeiro livro “Turnê do Encantamento” (www.merije.com.br/livro).
Nesse momento em que lanço um novo trabalho, “Torpedos”, mesmo sem estar escrito no papel, o dedico com o maior carinho e respeito ao POETA J.E.T. Que ele continue semeando poesia e contaminando outros como nós. Descanse em paz amigo!!!! Sentirei muito sua falta, especialmente porque não o encontrei para lhe entregar e dedicar o livro pessoalmente.
Mas, apesar disso, continuarei acreditando na poesia, na força que nos transforma e nos eleva! Obrigado por me ensinar tanto! Lembro-me claramente de nós dois na Bienal de Poesia de Minas Gerais, e você declamando meu poema: “Como espectador da miséria dos músculos, meu combustível é o desejo. É o desejo, e assim desejo me anunciar…” Luz!
Poesia de Júlio Emílio Tentaterra
Casa
A casa
argolou
a vida
que ansiosa
anfitrionou
o nada
a nata
a gata
a borralheira.
A casa
acariciou
um copo de água
salgada.
Baixe aqui o album inteiro/Download the album
suprasensorial
ou
o dia em que a poesia fez folia no país do carnaval
Estas são minhas músicas favoritas, dentre as várias que já compus até aqui. Através delas canto minha poesia, minha história, meu caminho, meus mestres, amig@s e minhas ideias para um mundo melhor. Com este repertório celebro a amizade, relembro viagens e lugares e saúdo a vida.
Atribuo a 3 pessoas a motivação para reunir essas músicas nesta coletânea. Primeiro foi um amigo europeu que mora na Austrália: “Man, eu gostaria de ser jovem um pouco mais. E descobri que a música pode me proporcionar isto. Você poderia me ajudar montando para mim uma coletânea com suas músicas preferidas”, disse ele.
Outro motivador foi o que chamo de “urgência do sonho”. A morte do músico e poeta pernambucano Chico Science me abalou muito. No exílio criativo em que me encontrava na fria Londres no final da década de 90, o susto foi duplo: primeiro porque minha mãe, quem me deu a notícia primeiro, se confundiu e disse que um músico e poeta de nome Chico César havia partido. Mas Chico César está vivo e criativo. Salve! Pouco tempo depois soube de fato quem quem havia partido precocemente fora Chico Science, nas portas do carnaval de Olinda, em fevereiro de 1997.
Um manhã dessas acordei de sonhos muito loucos, um sentimento de urgência muito grande, com uma frase de Chico na cabeça: “sinto vontade de fazer muita coisa”. Era 2 de fevereiro, 2012, completavam 15 anos de falta, ausência, saudade do cara que chegou com sua poesia, sua música, suas ideias e mudou um monte de coisas.
Meu corpo é extensão desse mundo louco, mas não é eterno. O que fica é o que a gente fez de bom! Quero mais do que nunca, compartilhar boas ideias com arte, sensibilidade, vontade de curar as dores e libertar os medos.
Por isso, toda vez que alguém pergunta que tipo de música faço, respondo “suprasensorial”, pois minhas criações são “dirigidas aos sentidos do indivíduo para desaliená-lo do condicionamento do cotidiano”. É uma proposição estética e filosófica a partir de um novo comportamento perceptivo. Nisso me inspiro no artista plástico e performer carioca Hélio Oiticica, que com suas artes buscava “dilatar a consciência do indivíduo” não mais através do intelecto mas da vivência da liberdade.
Para H.O, a passagem de uma participação “simples e estrutural”, para uma participação “sensorial” desemboca na própria vida diária. Como ele, me interesso no “comportamento”, isto é, levar os indivíduos a exercer sua liberdade. Esta vivência a ser estimulada, é um instante “criador”, “livre”, mas não necessariamente “feliz”. Há muitos temores e sentimentos antagônicos que surgem nesse processo.
A vivência do instante sinaliza o início do “suprasensorial”. A passagem do sensorial para o suprasensorial se dá na transposição de barreiras da “inibição puramente sensorial”. O suprasensorial (arte ou antiarte) é uma manifestação de caráter coletivo. O suprasensorial é consciente, amoroso, compartilhador. H.O. opõe essa “força mítica” à “inteligentsia”. Escreveu: “toda tentativa individual de expressão deve ser respeitada como uma ‘arte’.”
Além disso, para mim foi uma surpresa perceber quantos músicos bacanas e compositores de talento compartilharam da vida dessas faixas aqui reunidas. Prova de que os caminhos da música mais une do que separa. Parece uma roda de samba em comunhão suprasensorial. Santa Cecília cuide bem de todos os parceiros, convidados e inspiradores.
Agora, uma voz lá do fundo vem dizer: das marés orgiásticas e dos temporais febris surge esse meu canto lúdico, lírico, onírico. Aqui apresento minhas canções de união, liberdade e amor.
Que toquem seu coração, te façam bem e te proporcionem momentos suprasensoriais.
Merije, março, 2012
Músicas / Tracks
1. Mil Maravilhas – Merije
2. Sweet São Paulo – Merije
3. Todo mundo quer ser brasileiro – Merije/Jamphel D
4. Sejam realistas – Merije/Jamphel D
5. Varanda – Merije/Kiko Klaus
6. Liga Lize (para refletir sobre a verdade) – Merije/Daniel Saavedra
7. Muito a fazer e descobrir – Merije/Jamphel D
8. A caminho do mar – Merije/Kiko Klaus
9. Conhecer Alice – Merije/Jamphel D
10. Uma bossinha para Raul de Souza – Merije/Jamphel D
11. Deve ter um jeito de te conquistar – Merije/Jamphel D
12. Chao & Pigalle – Merije/Daniel Saavedra
13. Depois daquele beijo – Merije/Jamphel D
14. Peopleware – Merije
15. Calor (très chaud) – Merije
16. Mil Maravilhas (Beyond Ipanema Mix) – Merije
Com os parceiros e músicos convidados / With the partners and guest musicians:
Adoniran Barbosa: 2 (papo)
Aline Calixto: 5, 8 (vocal)
Alfredo Bello: 5, 8 (baixo acústico)
André Lima: 5 (hammond)
Daniel Barbosa: 12 (backing vocal)
Daniel Saavedra: 1, 6, 12 (beat, baixo, guitarra, teclado), 8 (synth)
David Bemfica: 14 (guitarra)
Egler Bruno: 8 (guitarra)
Gil Duarte: 2 (escaleta), 14 (flauta), 15 (flauta, trombone, sax)
1mpar: 16 (remix)
Jamphel D: 3, 4, 7, 9, 10, 11, 13 (programação, teclados, samples, production, mix), 3, 4, 11, 13 (backing vocal)
João Maciel: imagem/pintura
Júlia Ribas: 6, 12 (vocals)
Juliano Mourão: 6 (vocals)
Kiko Klaus: 5 (voz, violão, synth, production, mix), 8 (voz, violão, production, mix), 11 (backing vocal + mix)
Marcos Martino: 10 (acoustic guitar)
Marku Ribas: 6 (vocals)
Merije: production, programming, vocal, beats, samples, percussion, arranjos, mix
Pipo Pegoraro: 2 (voz, mpc, samples, acoustic guitar, keyboard, production, mix), 14 (mpc, guitar, production, mix), 15 (mpc, production, mix)
Raul de Souza: 10 (voice)
Ric Cançado: imagem/design
Ricardo Pesce: 15 (accordeon)
Roberta Fly: 1, , 16 (voz)
Rodrigo Araújo: 1 (flauta), 12 (flauta, samples, backing vocal)
Simone Soul: 5 (bateria, percussão), 8 (percussão)
Faixa/Tracks 1, 6, 12 originalmente lançadas no cd “Coletivo Universal” (Coletivo Universal, 2004)
Faixa/Track 2, 14, 15, 16 originalmente lançada no cd “Peopleware” (Merije, 2009, peopleware music)
Faixas/Tracks 5 e 8 originalmente lançadas no cd “O vivido e o inventado” (Kiko Klaus, 2008, camarada rcs)
Faixas/Tracks 3, 4, 7, 9, 10, 11, 13 originalmente lançada no cd “Se você perder a voz” (Jamphel D & Merije, 2011)
Veja vídeos, fotos e ouça outras músicas em www.merije.com.br
Watch vídeos, see fotos e listen to other songs at www.merije.com.br
Merije e o Coletivo Universal
Merije e o Coletivo Universal vêm desde o início dos anos 2.000 desenvolvendo um trabalho musical e artístico sobre a base de um discurso sólido, fortemente poético, que se define por buscar novas reflexões sobre a identidade brasileira, a necessidade de alcançar uma clara consciência do caráter crítico, cultural e intelectual de toda obra de arte e o papel transformador dessa frente à sociedade.
Na liderança do grupo está o compositor, DJ, produtor, sound designer e vocalista Merije, considerado um dos artistas mais versáteis de sua geração. Sua mistura de Experimental Pop com Música Brasileira, Rock, Electro, Latin, Hip Hop e trilhas de cinema pode ser ouvida e vista em muitas produções, no Brasil e no exterior.
Com o Coletivo Universal, Merije lançou o CD de mesmo nome em 2004, com excelentes críticas, e o DVD “Na Paulista/Suprasensorial” (2008), gravado ao vivo no Itaú Cultural da Avenida Paulista, dentro do Rumos Música Itaú Cultural.
A música de Merije pode ser ouvida também no documentário “Beyond Ipanema” (www.beyondipanema.com), nas coletâneas internacionais “New Sounds from Brazil” (BM&A/2008), “Smoking Brasil Deluxe” (ST2/2007), “Delicadencia” (Sambafrique/2007), “Sim Coletânea” (SIM/2005), nos CDs de parceiros como Marku Ribas, Kiko Klaus, The Paula, Reco Bastos, Jamphel D, Roberta Fly, entre outros. Seu primeiro cd solo, “Peopleware” (2009), foi considerado por críticos como Béco Dranoff, do selo Ziriguiboom, de Nova York, como um dos três melhores de 2010.
Merije também tem parcerias em projetos com o mestre do trombone, Raul de Souza, o mago do piano, João Donato, bem como com companhias de dança e programas de TV, e é idealizador do projeto “DJ.Art – A revolução Musical Contemporânea”.
Todo esse trabalho vem rendendo elogios da crítica e da imprensa e convites para apresentações no Brasil e no exterior, com destaque para Virada Paulista, Smoking Festival, Rumos Itaú Cultural, Vivo Eletronika, Conexão Vivo, SambaCana Groove, entre outros eventos e festivais.
Por sua originalidade, Merije e o Coletivo Universal já tiveram seu trabalho reconhecido pela imprensa (Revista Bravo, Folha de São Paulo, Revista Piauí, Caros Amigos, Rolling Stones etc) e pelo público, e sua música circula pelo mundo ao lado de artistas como Céu, Curumim, Mundo Livre, Instituto, Tita Lima, Manu Chao, Roberto Menescal, DJ Marcelinho da Lua, Vanguart, 3 na Massa, Mombojó, La Pupunã, Soul Galaktik, The Pinker Tones, para citar alguns.
Discografia
-“Se você perder a voz” – Jamphel D & Merije – cd autoral – composição, arranjos, produção, interpretação (2011)
-“Peopleware” – cd autoral – composição, arranjos, produção, interpretação (2009)
-“Bossa Eterna” – Biscoito Fino – com Raul de Souza, João Donato e convidados – produção (2008)
-“Smoking Brasil Deluxe” – composição, arranjos, produção, interpretação (2008)
-“O Vivido e o Inventado” – Kiko Klaus (2006) – composição (2008)
–“New Brazilian Music” – BM&A – composição (2007)
-“Delicadencia” – composição, interpretação (2007)
-“Meninas de Sinhá – Tá caindo fulô” – (Premio Tim da Musica Brasileira) – produção (2007)
-“SIM Coletânea” – produção, composição (2006)
-“Coletivo Universal” – (2004)
“Marku Ribas – Passando o som – Vol. 1” – produção, (2003)
-“The Paula – Ouça e Escute” – composição, produção (2001)
-“Reco Bastos – Antenando” – composição, arranjos, remix (1999)
Videografia
-“Peopleware” – musicvideo (2011)
-“Coragem” – musicvideo (2011)
-“Sweet São Paulo” – musicvideo (2010/2011)
-“Deus criou o beat” – musicvideo (2010)
-“Beyond Ipanema” – MusicDocumentary – composição musical (2009)
-“Suprasensorial – Coletivo Universal na Paulista” – Rumos Itaú Cultural – DVD (2008/2010)
-“Por toda nação” – musicvideo (2006)
-“Mil Maravilhas” – musicvideo (2005)
-“Sambampler” – musicvídeo (2005)
Shows & Management
Aquarela Brasileira
www.aquarelabrasileira.com.br
www.facebook.com/aquarelabrasileira
faleaquarela@gmail.com