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Três vezes Prêmio Jabuti


23 out

Na lista dos finalistas da 58ª edição do Prêmio Jabuti 2016 tem dois livros em que Wagner Merije participa.

O livro “Uma cidade se inventa – Belo Horizonte na visão de seus escritores”, de Fabrício Marques (Scriptum, 2015) é um dos finalistas na categoria Reportagem e Documentário. Neste, Wagner Merije, é um dos escritores de BH.

O livro “In Fine”, de Marcos Maia, com ilustrações de Rogerio Bessa Gonçalves (Coletivo Supernova 2015) é finalista na categoria Ilustração. Neste Wagner Merije escreveu as Orelhas.

Como foi finalista em 2013, com o livro “Mobimento – Educação e Comunicação Mobile” (Editora Peirópolis), esta é a terceira vez de Merije com esse animalzinho simpático.

Que o seu Jabuti chegue logo com os novos livros que estão no prelo!

capa-do-livro-uma-cidade-se-inventa

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Wagner Merije no projeto Minas Território Cultural_Minas Inesgotável


10 ago
 O escritor, jornalista, editor e criador multimedia Wagner Merije é um dos participantes da coleção Minas Território Cultural.
Wagner Merije representa a poesia de Minas Gerais ao lado de Adélia Prado.
O projeto, uma iniciativa da PoloBh e VB Comunicação, consistiu na publicação de dois volumes de livros de arte sobre a produção cultural mineira, que reuniu, por meio de fotos, artistas contemporâneos de todos os segmentos.
Trata-se de uma publicação robusta, que apresentara a diversidade e a riqueza da arte produzida no estado de Minas Gerais, Brasil.
A apresentação da obra ocorreu em agosto de 2016.
Minas Território Cultural_2016-entrega livros Minas Inesgotável
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Torpedos Literatura na ponta dos dedos_Sesc Bauru


30 abr

O escritor Wagner Merije realizou mais uma oficina “Torpedos – Literatura na ponta dos dedos”, desta vez no Sesc Bauru, entre os dias 26 e 29/04/2016.

Foi um encontro agradável com escritores, estudantes, estudiosos, educadores, aspirantes a artistas e muita gente boa. Talento, carisma e vontade de brilhar fazem a diferença.

Veja alguma imagens

 

Saiba mais: http://sescsp.org.br/programacao/90527_TORPEDOS+LITERATURA+NAS+PONTAS+DOS+DEDOS

 

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Sou poeta


20 out

Dia 20 de outubro é o dia do poeta.

Para comemorar, resolvi juntar alguns versos do livro “Torpedos“:

Sejam realistas:
Peçam sempre o impossível!

Com poucos caracteres
se escreve o que é preciso
Palavra de Narciso

Vivo pescando
versos
Como quem
reza um terço
E conta certo
Com um milagre

Hipnotizo palavras
Domo frases selvagens
Escrevo com tinta de
constelações
Falo pelo indizível
Poesia chama
Poesia é chama

O tempo veloz
Não tolera linha longa
A vida é breve
Poesia é creme

Poesia
Ave de barro
Plumas de terra
Aventura Ritual
Formas etéreas
Olhos em poros
Poesia
Voz flamejante
De tudo que existe
em nós

O poeta pena
Para escrever com o
que possa
Memórias vibrantes
Para a vida

Faço poesia como quem
Constrói cidades
Cada palavra-tijolo
Sustenta sua
importância
Sua verdade

Todo dia recito
cem versos
Para que o dia
fique bem diverso

Quando a palavra
encontra rima
Uma estrofe pode virar
obra-prima

As palavras carregam
Histórias dos séculos
Escrevo para
testemunhar

O que não vivi

Meu museu é meu corpo
Minhas memórias relíquias
O tempo é superlativo
Nessa museologia
Poesia é um estado de coisas!
Sou do estado da poesia!

Desliguei-me da lógica
racional
Faz tempo
Sou poeta, laboratório
transpessoal, expressão
Contratempo

A todos os poetas, minha singela homenagem!

Merije e Adélia na hora do almoço, após o Sarau do Memorial

Merije e Adélia na hora do almoço, após o Sarau do Memorial

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Cidade em transe na Suburbano Convicto


12 ago

O lançamento do livro CIDADE EM TRANSE, de Wagner Merije, no Sarau Suburbano Convicto, foi um grande sucesso.

É a força da literatura periférica e marginal se manifestando em palavras e ações.

O Sarau Suburbano acontece toda terça-feira, das 19h30 às 22h, na Livraria Suburbano Convicto, única livraria do país especializada em literatura marginal, nas palavras do gerente e escritor Alessandro Buzo, que toca o projeto ao lado da família e do parceiro Tubarão Dulixo, também escritor.
Anote aí e venha fazer parte desse movimento revolucionário:

Lançamento do livro CIDADE EM TRANSE

Dia 11/08 – terça-feira – das 19h30 às 22h
Rua 13 de Maio, 70 – 2o andar
Bixiga (10 min. Metrô Anhangabaú)
Inf: (11) 98218-7512

 

 

Fotos realizadas no Sarau do dia 28/07/15, em que Wagner Merije foi um dos participantes

 

Acompanhe SC: sarau-suburbano-sempre-assim-poetico

                              www.sarausuburbano.blogspot.com

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Cidade em transe na Zona Norte de SP


29 jun

CIDADE EM TRANSE é um romance que toca fundo nas pessoas. É preciso ser forte e flexível para sobreviver na cidade que mais mata jovens e sonhos. Só mesmo a amizade, o amor e arte podem salvar quem luta por dignidade em São Paulo.

Viva os amigos. Viva a amizade. Viva os leitores!

Confira as fotos do lançamento que ocorreu em Santana, bairro da Zona Norte de São Paulo (onde o autor vive atualmente), no Famoso Bar do Justo.

 

 

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Cidade em transe o livro


22 jun

capa_cidadeemtranse_merije_final_recortada

Galeria de imagens Cidade em transe

 

“Nesse Universo de transe, agora pelos olhos do mineiro Merije e não do baiano Glauber,  viajamos por uma ficção que poderia ser realidade (ou uma realidade que poderia ser ficção?) em um labirinto confuso de prédios, carros e batidas – policiais, de automóveis, de botecos e de rap – onde uma geração que teve como oráculo a cultura hip hop precisa acalmar o jogo e tentar re-colocar as peças em seus lugares. Entre pressões e re-pressões, o tempo é o mesmo mas parece outro, mais curto, é uma bomba prestes a estourar e tudo pode acontecer…” – Emicida – músico, compositor, que prefere ser apresentado como sonhador

“A cidade em transe de Wagner  Merije emerge nesse livro inesperadamente como um desorientado Godzilla do Tâmisa ameaçando o equilíbrio, fazendo a trilha para o tumulto e o caos, como o primeiro tiro, a primeira bomba ou o último beijo com seus Mc´s, grafiteiros e incorrigíveis românticos que apesar de todos os revezes e batalhas inglórias, ainda não desistiram da ultrapassada idéia de que é sempre possível esperar pelo “dia depois da guerra”. – Mário Bortolottoescritor, ator, diretor do grupo Cemitério de Automóveis e vocalista e compositor da banda Saco de Ratos

“Cidade em transe” é um romance intenso, emocionante e surpreendente. A cidade de todos os brasileiros, São Paulo, é cenário de batalhas da polícia com a população, de jogos políticos e também de encontros transformadores. Em outras palavras, a cidade e suas manifestações sociais são tomadas como eixo da narrativa. O que era para ser mais um show de música acaba se transformando em uma guerra. E, em meio à violência e o caos em que a cidade mergulha, uma turma de jovens luta pela liberdade e pelo direito de fazer arte na grande metrópole brasileira.

“Cidade em transe” conta histórias de pessoas buscando e encontrando novos caminhos para suas vidas. Cada um é sujeito de sua própria história. Mistura fatos reais com ficção para retratar a cidade de São Paulo de forma crua, mas lírica, com sua diversidade de gente, suas riquezas e, principalmente, a violência que faz parte do cotidiano de quem nela vive. Respire fundo e mergulhe nessa aventura, no tempo real e no universo virtual.

É preciso ser forte e flexível para sobreviver na cidade que mais mata jovens e sonhos. Só mesmo a amizade, o amor e arte podem salvar quem luta por dignidade. Há um ditado antigo dos indianos que diz: “Quando o equilíbrio é rompido, mexe-se com as bases do civilizado. E o que era civilização pode tornar-se selva.” A cidade está em transe e os efeitos recaem sobre todos. Fique atento!

O livro “Cidade em transe” é recomendado para quem cultiva a adrenalina, o companheirismo, o amor, a poesia, a criatividade e o bom humor. Wagner Merije mostra sua versatilidade e sua verve de bom criador de histórias em um romance de fôlego, de intensos movimentos, ricos personagens e intricada trama.

A arte da capa é de Paulica Santos, a mesma do livro “Mobimento” e também responsável pelo design dos últimos trabalhos de Lenine. O prefácio é do rapper Emicida, a apresentação é do escritor, diretor, ator e músico Mário Bortolotto, e a arte do miolo é de Rômulo Garcias.

…… SOBRE O AUTOR ……

Cada um pode viver vários personagens e Wagner Merije recorre ao jornalista, ao poeta, ao músico e ao fotógrafo que tem dentro dele para contar essa história. Natural de Belo Horizonte/MG, na selva de concreto da paulicéia desvairada o escritor plantou raízes. Inovador, intelectualmente inquieto, Merije tem trabalhos lançados no Brasil e no exterior, parcerias com grandes artistas e alguns prêmios na bagagem. Escreve para adultos, jovens e crianças e publicou diversos livros, incluindo O Cotovelo Kovid (2020), Psyche & Hamlet vão para Hodiohill (2019), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2012),  Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013 na categoria Educação, Torpedos (2011), Turnê do Encantamento (2009), dentre outros. Organizou e editou dezenas de livros, entre os quais estão obras de Fernando Pessoa, Luís Vaz de Camões, Florbela Espanca, Mário Sá-Carneiro, Camilo Pessanha, João José Cochofel, e títulos como Propostas Novas para Novos Mundos, Coimbra em palavras, Coimbra em imagens, São Paulo em palavras, São Paulo em imagens, Pelas periferias do Brasil: vol. VI, dentre outros. É compositor e produtor musical e trabalhou como jornalista, apresentador e roteirista para veículos no Brasil e no exterior. Criou o projeto MVMob – Minha Vida Mobile. Pai da Dora, ele adora viajar.

 

virada cultural 2007

…….. OPINIÃO DOS LEITORES ……..

“Acho muito interessante o ponto de partida ser na Virada Cultural, Praça da Sé, show de rap, confronto com polícia, manipulação da mídia… É o que vivemos   socialmente e eu gosto de uma literatura que vai nessas questões. É bem São Paulo também, seus lugares, os diferentes grupos sociais… Enfim, acho ótimo e muito oportuno. Vejo o trabalho de um artista antenado com seu tempo e espaço.” – Ricardo Ribeiroator, contador de histórias, escritor

“É uma crônica atualíssima… um raio x sobre estes novos tempos”.
Rômulo Garciasartista visual, escritor, designer

“Cidade em transe destaca-se pelo domínio linguístico do autor, que transita com facilidade do padrão culto ao coloquial, deste aos dialetos e jargões, utilizando também linguagem tecnológica atualizada, um dos índices de modernidade do romance. Ainda no plano da linguagem encontram-se, incorporados ao corpus, verbetes que estabelecem um jogo de polifonia e intertextualidade com o tema da cidade e suas questões, tratado sob o eixo do espaço narrativo – opção complexa e interessante, na organização da obra. As personagens, algumas mais planas, outras de perfil psicológico mais aprofundado são marcantes e tendem mesmo a “roubar” a cena da cidade/espaço em certos momentos. Deve-se ainda destacar a veiculação de valores bastante positivos, principalmente quando se pensa que Cidade em transe tem potencial para atingir um público jovem, tão carente de boas palavras e exemplos.” – Marisa SimonsDoutora em Teoria Literária

“Acabo de terminar a leitura do seu livro, e não podia deixar de lhe enviar um email lhe parabenizando! UOOOOUULL!!! que livro man! Confesso que fiquei um pouco impaciente no começo, ansioso pelo apogeu da trama (pela prévia que você deu no Sarau Suburbano Convicto), estranhei um pouco os nomes dos personagens… mas no decorrer fui me familiarizando. Você descreve as cenas com excelência, tem uma linguagem poética bem peculiar, bem singular.
Cidade em Transe é um livro contemporâneo, dinâmico, emocionante, versátil. Vai do fundão de SP à rua Augusta pincelando fatos ocorridos, levantando questionamentos e criticas que são importantes serem lembradas. “A arte diz o indizível” (pág 63). Cidade em transe é uma obra de arte, e consegue diz muitas coisas, não dó diz, grita, berra, e as vezes sussurra, fala mansinho no pé do ouvido. “Quando o equilíbrio é rompido, mexe-se com as bases do civilizado.” E com certeza após a leitura de Cidade em Transe, minhas bases foram alteradas. Parabéns mais uma vez.” – Cleyton Mendes – poeta da periferia de São Paulo, carteiro, estudante de Comunicação Social, filho de merendeira e pedreiro

 

 

…… DADOS DO LIVRO ……

Autor: Wagner Merije
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Número de páginas: 252
Gênero: Romance
Prefácio: Emicida/Mário Bortolotto
Gênero: Romance
Formato: 14×21 cm
ISBN: 978-85-918440-0-5
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

 

……… AGENDA DE LANÇAMENTO ………

2016

Fevereiro
São Paulo/SP – Sesc Consolação – Contextos Literários – 15/02

Março
São Paulo/SP – Celebração dos 30 anos do Psiu Poético – Casa das Rosas Espaço Haroldo de Campos – 02/03

São Paulo/SP – Patuscada Bar (Vila Madalena) – 03/03

2015

Junho
São Paulo/SP – Famoso Bar do Justo (Santana)- 28/06

Julho
Paraty/RJ – OFF Flip – 02/07
Bonito/MS – Feira Literária de Bonito – 08 a 11/07
São Paulo/SP – Sarau da Cooperifa

Agosto
São Paulo/SP – Suburbano Convicto – 11/08, 19h30 às 20h

Setembro
São Paulo/SP – Espaço Cultural Alberico Rodrigues – Pça Benedito Calixto, Pinheiros

Outubro
Montes Claros/MG – 29º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético – 9 a 11/10

Caxias do Sul/RS – 31ª Feira do Livro de Caxias do Sul – 17/10

Novembro
São Paulo/SP – Casa das Rosas – 04/11, das 19h às 21h30

São Paulo/SP – Biblioteca Mário de Andrade – Feira Miolo(s) – 07/11, das 10h às 18h

 

……… CONTATOS COM O AUTOR, ENTREVISTAS, ENCOMENDAS ………

E-mail: faleaquarela@gmail.com

 

…… VEJA IMAGENS DE ALGUNS LANÇAMENTOS ……

Cidade em transe na Feira Miolo(s)

Cidade em transe na Casa das Rosas

Cidade em transe no Psiu Poético

Cidade em transe na FliBonito

Cidade em transe na Feira do Livro de Caxias do Sul

Cidade em transe no Famoso Bar do Justo

Cidade em transe na Flip (Paraty)

Cidade em transe na Suburbano Convicto

Cidade em transe na Benedito Calixto

……

….. FORMANDO NOVOS LEITORES DESDE CEDO …..

Dora lendo Cidade em transe_27062015

 

……… UMA TOUR POR LUGARES-CHAVES DO ENREDO ………..

Centro Histórico, Praça da Sé, Praça da República, Copam, Biblioteca Mário de Andrade, Viaduto do Chá, Rua Augusta, Sumaré, Aclimação, Brasilândia, Cidade Tiradentes

 

É preciso ser forte e flexível para sobreviver na cidade que mais mata jovens e sonhos. Só mesmo a amizade, o amor e arte podem salvar quem luta por dignidade. Há um ditado antigo dos indianos que diz: “Quando o equilíbrio é rompido, mexe-se com as bases do civilizado. E o que era civilização pode tornar-se selva.” A cidade está em transe e os efeitos recaem sobre todos. Fique atento!

 

……… SELVA DE CONCRETO E AÇO ………

“Um presente enorme assalta o passado.
Uma cidade é aquilo que dela se resolveu ver ou lembrar.
Não é que a gente se lembre dela,
é uma parte misteriosa e calada da cidade que se lembra da gente,
mas finge que não, que não é com ela, que não sabe
de nada de nós.” – Páginas 225-226

….. NO EMARANHADO DA CIDADE QUE NUNCA DORME …..
Quase oito anos depois, o livro tem início na Virada Cultural de 2007, em São Paulo. E o que rola depois é mais violência seguida de reistência!
No mais recente disco, “Cores e Valores” (2014), Edi Rock e os Racionais MC’s falam do episódio que ficou conhecido como “A guerra da Sé”, episódio central no enredo de “Cidade em transe”.

…… CIDADE EM TRANSE, VIRADA CULTURAL e EMICIDA ……
O enredo do meu novo livro tem início na Virada Cultural de 2007 na Praça da Sé, em São Paulo. Durante a Virada Cultural 2015 estive lá no Centro de São Paulo lançando simbolicamente o livro durante o show do grande Emicida, que foi quem fez o prefácio do livro. E o Emicida arrebentou, musicalmente e politicamente falando. Leia a matéria neste link: www.revistaforum.com.br/2015/06/o-discurso-politico-de-emicida-na-virada-cultural
É preciso estar atento com as forças conservadoras do mal.

Virada Cultural SP_Emicida_21062015_Foto: Merije

Virada Cultural SP_Emicida_21062015_Foto: Merije

CIDADE EM TRANSE NO UNIVERSO DE RAUL DE SOUZA

O HOMEM, O MITO Raul de Souza, trombonista reconhecido em todo o mundo, um dos pais da Bossa Nova e do Samba Jazz, lendo Cidade em transe

Foto: Merije

Foto: Merije

Confira outras fotos aqui

… …

NEM CHÃO NEM CÉU

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Análise do livro Viagem a Minas Gerais


12 maio

Em outubro de 2014, por ocasião do 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, a Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros/MG) convocou alguns de seus alunos do curso de Letras para analisar obras dos poetas que seriam homenageados, entre eles Wagner Merije.
Sob orientação da professora Telma Borges o estudante, poeta e músico Cícero Neto escolheu o livro “Viagem a Minas Gerais”, e fez uma excelente análise.

Cicero Neto recita Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético

“Wagner Merije é escritor, jornalista, compositor, e videasta. Reside atualmente em São Paulo, onde está envolvido como projetos multimídia ligados à literatura, música, vídeo, fotografia e arte-educação. Não é por acaso que sua arte é associada a essa interatividade e é conhecida como suprasensorial, despertando a atenção e interesse de crianças, jovens e adultos. Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Merije têm trabalhos no Brasil e exterior.
É autor dos livros de poesia Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Turnê do Encantamento (2009) e Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012), que trata da apropriação do celular na educação e comunicação e foi finalista do Prêmio Jabuti 2013 na categoria “Educação”. Esses trabalhos foram lançados em diversos eventos, como Bienal do Livro de São Paulo, Balada Literária (SP), Casa das Rosas (SP), WebCurrículo (SP), Psiu Poético (MG), entre outros, e podem ser encontrados em livrarias e espaços culturais e educativos.
Merije também é criador e curador de eventos literários, como “Sarau Suprasensorial”, “Sarau do Memorial Minas Gerais-Vale”, “Sumário Poético” e “Bienal de Poesia de Minas Gerais”, e já participou dos grupos de poesia performática “Tripa de Mico Estrela” e “Panela de Expressão”. Por dois anos foi titular da coluna “Bom de Ler”, na revista BHS, com dicas de leitura.
Como jornalista, trabalhou para veículos no Brasil (Revista Palavra, Rede Minas, TV Horizonte, TV SENAC, O Tempo, Vivo Music Tones, Rádio Inconfidência, Savassi FM) e no exterior (Folha de São Paulo/caderno Folha Ilustrada, Euro Brasil Press, ambos em Londres) e é colaborador de revistas, jornais e sites.
Em paralelo, junto e interfaceando com a literatura, Merije se lança em constantes novas aventuras, pois acredita que toda experiência alimenta a escrita.
Na música lançou os discos autorais “Coletivo Universal” (2004), “Peopleware” (2009), “Se você perder a voz” (2011), “Suprasensorial” (2012). Nele, é proposto a mistura de nossos ritmos com a participação de trinta e dois músicos, entre eles, um dos mestres do trombone brasileiro Raul de Souza, “Liganóis” (2013), o DVD “Feito Durante o Dia” (2013), entre outros trabalhos. (fazer uma associação ao nome artístico “Merije” que é feito durante o dia).
Como roteirista e diretor audiovisual têm vários trabalhos exibidos na internet, em canais de TV e festivais de cinema.
No campo das iniciativas sociais, é idealizador e gestor do projeto cultural e educativo Minha Vida Mobile – MVMob- www.mvmob.com.br, que tem o objetivo de capacitar estudantes e educadores para produzir conteúdo audiovisual com celulares, fazendo do telefone um aliado no processo educacional.

Este trabalho objetiva apresentar o livro Viagem a Minas Gerais, do escritor, educador, jornalista, compositor, poeta e videasta Wagner Merije, na perspectiva de uma etnografia poética. Ao fazer sua travessia pelo estado de Minas, o autor dialoga com as línguas, religiões, tradições, que são transmitidas pelas gerações. Nessa perspectiva, acreditamos que mesmo sendo frutos da formação de várias etnias, conseguimos encontrar um ponto, ou alguns pontos em comum em na formação de povo mineiro, atestando assim nossa mineiridade.
Em Viagem a Minas Gerais, Merije faz uma epopéia contemporânea sobre nossos múltiplos Gerais, nossa identidade única de ser mineiro, povo desconfiado, de fala pouca e olhar sucinto. Com esmero aborda nossas raízes cavadas por diversas tribos e quilombos, facetas que nos compõem e nos faz ser assim, resistentes e bravos como o cerrado que nos envolve. Traz à tona a importância das marcas deixadas pelos nossos ancestrais: a língua, culinária, folclore e religiões. O livro é composto por setenta e oito poemas e o autor, em sua epopéia, atravessa mais de 220 municípios mineiros.
Nossas Minas são muitas e os Gerais vastos: geografia, divisas, fauna, flora, tudo em Minas parece querer falar. Um falar pouco, de voz macia e lenta, e já diziam que o relógio aqui anda mais lento mesmo, numa toada de carro de boi, num fim de tarde que se esvai junto com o cigarro de palha do matuto. Tudo aqui vira poesia, tudo aqui dá prosa na beirada do fogão, e de lá pro terreiro, onde se afina a viola, enquanto isso conta-se um causo, pronto, é folia de reis, é cantoria de fazer inveja, é festa de mineiro.
Índios e negros, com suas tribos e seus quilombos, abriram picadas nesse mundo sem fim, deixando aqui, de forma indelével, com todo seu sofrimento e sangue derramado, uma força desmedida que reverbera de forma aguda na alma do ser mineiro. Essa mesma força, e uso aqui uma expressão criada pelo poeta Merije: “caldo da cultura que eu tanto gosto”, foi o caldo grosso que nos dá um tempero e um sabor sui generis.
Em Viagem a Minas Gerais percebemos a presença de uma etnografia poética suscitada por Wagner Merije, que cumpre, como bom poeta que é, além de tantos outros compromissos com a poesia, o de ser, como diria Ezra Pound, a antena da raça. Antena essa que nos faz enxergar o valor dessas etnias várias em nossa formação, reconhecendo-as e assim, nos fazendo sujeitos entendedores de nosso processo de formação, auxiliando e iluminando essa relação com o outro, com Minas, com o mundo.
João Rosa em Grande Sertão: veredas, dizia que “o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe pra gente é no meio da travessia”. É isso que o autor propõe. De forma audaciosa se embrenha e se move por entre nossas montanhas e cerrados, veredas e sertões, rios e cascatas, degustando o aprazível sabor de nossas quitandas, nossa gastronomia sagrada, num trabalho mágico de travessia poética, nesses vastos cantos de um mundo à parte chamado Minas. Essa obra sugere ao coração o orgulho em ser mineiro.

Consideremos o poema abaixo:

Sentimentos de Minas

Quem conhece Minas
Adquire mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Tua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

Percebemos como é impactante e transformador esse encontro, por toda carga emblemática que Minas representa. Quem a conhece nunca mais será o mesmo. O uso de metáforas, como por exemplo, “nova cor na retina”, acentua ainda mais o caráter desse encontro tornando-o inesquecível. Minas se transforma num sentimento, algo abstrato e forte, que fica e não vai embora, é incorporado à alma do sujeito, a saudade incomoda, palpita, faz lembrar sempre. Outro ponto a salientar é o fato de aqui em Minas, as esquinas assumem outra identidade, elas possuem outro valor, não são esquinas comuns. O nosso Clube da Esquina, de Beto Guedes, Toninho Horta, Lô Borges, Milton Nascimento, Fernando Brant entre outros, as tornaram mágicas através de harmonias extremamente sofisticadas e letras encantatórias de uma inventividade peculiar, numa construção musical esmerada, que toca a alma sem muito esforço.
Citamos agora, esse poema que demonstra o relacionamento intrínseco que a culinária assume na vida do mineiro:

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra
O pão de queijo, uma das iguarias mais emblemáticas da gastronomia mineira (especula-se que a receita exista desde o século XVIII), está representado no poema como uma fonte suprema de energia e disposição (o que o espinafre, por exemplo, representaria pro Popeye) e através dessa energia, se enfrentaria qualquer situação, até mesmo uma guerra. Dessa forma temos um elemento de nossa cultura gastronômica reafirmando nossa mineiridade.

No poema “Tribos de Minas”, Merije utiliza o nome das doze etnias indígenas espalhadas em territórios diferentes dentro do nosso estado, bem como expressões que nomeiam cidades, ruas entre outros lugares, nosso vocabulário. O poeta (re) afirma a profunda participação da cultura indígena em nossa formação, em nosso patrimônio, ao mesmo tempo que como diria Suassuna; “fala do povo para povo”.
Segundo Donizete Rodrigues em seu trabalho “Patrimônio cultural, Memória social e Identidade: uma abordagem antropológica”, património é o conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse coletivo, suficientemente relevantes para a perpetuação no tempo. O património faz recordar o passado; é uma manifestação, um testemunho, uma invocação, ou melhor, uma convocação do passado. Tem, portanto, a função de (re) memorar acontecimentos mais importantes.
Na primeira estrofe há uma pergunta de extrema reflexão: “cadê os índios de Minas?” Diante do questionamento, tenta-se encontrar uma justificativa:

Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?

Chega-se a triste conclusão: “Parecem longe, LONGE”. O poema sugere dessa forma uma parcial extinção das tribos que aqui existiram. O que era abundância, hoje se tornou raro. Suscita uma análise crítica sobre nossos antepassados indígenas, colocando em xeque toda estrutura de tratamento para com eles.
Mais abaixo, o eu lírico nos diz:
E de repente percebo que estamos
Em toda parte

Outra (re) afirmação de que a cultura indígena está entranhada em nós, em nossos hábitos, em nossa memória. Estão em todo lugar, nos rodeia de toda forma, são nossos antepassados vivos, lúcidos. Passaram, sofreram, mas deixaram sua cultura.
Finalizando, me apoio no movimento antropofágico de Oswald de Andrade, inaugurado na semana de arte moderna de 1922, o qual era composto por duas vertentes. A primeira se voltava para a produção nacional, ou seja, a cultura indígena, liberação dos instintos e valorização da inocência. A segunda era baseada na proposta de não rejeitar, não refutar o que era oriundo da Europa ou de outros países. Sendo assim, usamos num contexto filosófico o termo alteridade, ou seja, eu respeito, digiro, devoro, me aproprio, me construo na cultura do outro, e assim, me faço humano. Nessa medida, trabalha-se o processo de aceitação do indivíduo, tornando mais aprazível as relações com o próximo, consigo mesmo e com o mundo.
Essa relação fica clara na estrofe abaixo:

Índia Minas
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, o dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

Merije deixa claro que somos frutos de negros, índios, mulatos, caboclos, mamelucos, somos miscigenação, somos caldo da cultura desse povo que nos forma, que nos faz ser assim, unicamente mineiros, unicamente humanos.

Tribos de Minas

Macro-jê
Caiapós, Tupys, Guaranys, Krebaks, Botocudos
Cadê os índios de Minas?
Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?
Parecem longe, LONGE

Chamo, CHAMO por NÓS
Acaiaca, Aimorés, Açucena, Abaeté
Aiuruoca, Almenara, Araçuaí, Araguari
Bambuí, Botumirim
E de repente percebo que estamos
Em toda parte
Jequitinhonha, Joaíma, Juatuba
Machacalis, Manhuaçu, Manhumirim

Minas tem o corpo de índia
A cultura indígena está entranhada
No corpo de Minas
Itabira, Itabirito, Itaúna
Itajubá, Itambé do Mato Dentro
Itapecerica, Igarapé

Minas é uma Indianápolis
Basta ouvir seus sons
Guanhães, Guaraciaba
Guarará, Guaxupé, Gurinhatã

UM TROVÃO . . .
É TUPÃ!!!

Na pajelança os espíritos vão dançar
Junto com Iara e Oxossi também
Resiste Bugre, criado nas Braúnas
Nos Buritis, no Buritizeiro
Irmãos de Caeté, Carapós e puris
Das bandas de Camanducaia, Cambuí
Cambuquira e Carandaí

Índia Minas,
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, no dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

O TROVÃO . . .
É TUPÃ QUE PERGUNTA . . .
E a pergunta ecoa:
Cadê os índios de Minas?
Cadê eu?
Cadê você, irmão brasileiro?
Inimutaba, Ipanema, Ipatinga
Ubá, Ubaporanga, Unaí

Cadê?
ARANÃ, CAXIXÓ, MAXAKALI, PANKARARU
PATAXÓ, MOKURIÑ, XUKURU-KARIRI
XAKRIABÁ, CAFÚ-AWA-ARACHÁS”

Por Cicero NetoDepartamento de LetrasUnimontes

Fica a dica de leitura: “Viagem a Minas Gerais”.
Acompanhe a trajetória do livro aqui: www.merije.com.br/diario/viagem-a-minas-gerais-o-livro

Cicero Neto lê Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético_10102014

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Adélia


21 jan

Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

Do livro “Viagem a Minas Gerais”

Wagner Merije_Adélia Prado_Sarau do Memorial_270113

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Viagem a Minas Gerais, o livro


16 jan

Viagem a Minas Gerais _capa_final

Uma viagem fantástica

O quarto livro do escritor Wagner Merije é um convite a uma deliciosa viagem pelo imenso estado de Minas Gerais, um estado que em si representa diversidade. No caminho são utilizados diferentes meios de locomoção, inclusive máquina do tempo. Então aperte os cintos, abra bem os olhos e sinta com todos os sentidos…3…2…1… partiu…

Trata-se de um trabalho inédito, contemporâneo e criativo. Uma viagem real e imaginária por uma Minas Gerais real e fantástica, por um lugar ainda por ser descoberto por mineiros, brasileiros e estrangeiros. É também um mergulho no “ser mineiro”, uma abordagem bem-humorado e critica sobre a mineiridade.

O livro consumiu vários anos de trabalho do autor e o resultado, com mais de 220 municípios de Minas Gerais citados, representa uma epopéia, a exemplo de outros livros como o “Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, o “Romanceiro Gitano”, de Garcia Lorca, “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e a “Odisséia”, de Homero.

“O leitor poderá encarar esse livro também como um exercício jornalístico, antropológico, documental, geográfico… São também memórias poéticas de uma Minas Gerais que são muitas, de vidas vividas e imaginadas. Penso que falar da gigante Minas é um desafio enorme. Seria impossível esgotar o assunto neste livro apenas. Por isso, esse é o volume I”, diz o autor.

“Viagem a Minas Gerais” além de ser um livro, já vem com outros predicados: um documento da memória, uma obra de arte em si, uma bela lembrança para todos, brasileiros e estrangeiros, que vêem a Minas e querem levar de volta para casa uma obra que represente o espírito acolhedor e poético dos mineiros.

“Como diz Drummond: “Ser Mineiro é… é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Ser Mineiro é dizer “uai”, é ser diferente (…)
é ter história”, cita o autor.

Fica o convite: Viajem a Minas Gerais!

 

Orelha
Minas Gerais, com sua imensidão cultural e geográfica, vem historicamente seduzindo poetas, artistas e viajantes de todo o planeta.
Guimarães Rosa junto com Manuelzão fez o caminho que originou o “Grande Sertão: Veredas”. Manoel Bandeira, visitando nosso estado, produziu o “Guia de Ouro Preto”. Mário de Andrade com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e o suíço Blaise Cendrars, acompanhados de uma turma da Semana de Arte Moderna, andaram visitando nossa terra, linkando nossos poetas com o vasto mundo, oportunidade em que conheceram Carlos Drummond de Andrade e seus amigos.
Agora o poeta, compositor, videasta e criador plural Wagner Merije, nos apresenta seu novo livro de poemas “Viagem a Minas Gerais”, no qual com seu olhar multifacetado, tenta apreender nosso estado, que apresenta tão grande geografia humana, distribuída por mais de 850 municípios.
Cada cidade lhe suscita um poema, uma homenagem singela, que mais adiante pode virar cantoria, vídeo, cinema, teatro etc.
O poeta Wagner Merije, através da sua viagem, vai nos revelando Minas e seus Gerais, com sua gente, seus lugares, suas histórias, seus sabores e seus amores tantos. Com este livro voltamos a repensar o nosso jeito de ser mineiro e ‘geraiszeiro’.
“Drummomd está na fazenda
Guimarães Rosa se embrenhou pelas veredas
Darcy Ribeiro foi para a aldeia
Fernando Sabino está nos arcos de Santa Tereza
Cacaso faz a linha vermelha
Santos Dumont dizem que se suicidou
Júlio Emílio Tentaterra dança no inferno
Marku Ribas está fazendo folia no rio São Francisco
E eu, de cá te digo, não estou me sentindo muito bem…”
Com o poema “Liga dos Encantados” Wagner Merije costura a linha invisível que liga nossos inventores de todos os tempos em um só espaço. E, mais do que nunca, fica clara/escura a nossa multiplicidade.

Aroldo Pereira – Autor dos livros “Cinema Bumerangue” e “Parangolivro”
Curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

 

Prefácio
Dizem que Minas começa em Extrema e vai terminar em Montalvânia, na fronteira com a Bahia.
Na enciclopédia, Minas surge em Abadia dos Dourados e, mais de oitocentas cidades depois, vai se findar em Volta Grande, na Zona da Mata.
Já a Minas de Wagner Merije se inicia em Belo Horizonte e vai até muito longe, no sem-fim de um campo geral.
Ele sabe que da pedra viemos e relata essa intrincada geografia de quinas e arestas, onde Turmalina irá rimar com Diamantina.
Em sua caminhada, guiada provavelmente por São José da Safira, surgem sombras de índios emboscados, escravos fugidos e poetas conspiradores.
Sim, e muitos outros poetas, como Drummond, Adélia Prado, Manuel Bandeira e Garcia Lorca acompanham Merije nesse caminho, seguindo na estrada pra Guardinha, com pão de queijo e rapadura no embornal.
Venha se aventurar com eles nesse lugar povoado de sanfonas e sinfonias, outonos e outroras, aonde um mundo se funda, onde o Rio Jequitinhonha deságua no Mar de Espanha, levando o vaqueiro Riobaldo a bordo de um barquinho de papel.

José Santos é mineiro de Santana do Deserto e escreve livros para crianças e jovens. É fundador do Museu da Pessoa.

 

…… QUATRO POEMAS ……

Adélia
Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra

Sentimento de Minas

Quem conhece Minas
Adquire, mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Sua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

De pedra

Somos feitos de pedra
Da pedra viemos
Rochedo de Minas, Cascalho Rico
Cristais, Cristália, Crisólita
Carbonita, Diamantina
Ouro Preto, Ouro Branco
Prata, Pratápolis, Pratinha
Rubelita, Turmalina
São José da Safira
Pedra Azul, Pedra Bonita, Pedra do Anta
Pedra do Indaiá, Pedra Dourada
Pedralva, Pedras de Maria da Cruz
Queluzito, Berilo
E Esmeraldas
Lavras, Lavras Novas
Nosso chão é Pedrinópolis
Para a pedra voltaremos
Terminaremos todos em pó
Seremos todos o futuro chão de Minas

 

 Sobre o autor

Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013).

Confira uma análise do livro: www.merije.com.br/diario/analise-do-livro-viagem-a-minas-gerais/

 

DADOS DO LIVRO
Título: Viagem a Minas Gerais
Autor: Wagner Merije
Número de páginas: 188 págs.
Gênero: Poesia/Viagens/Memórias
Formato: 14×21 cm
Material: papel Pólen bold 80g
ISBN: 978-85-67515-01-4
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

Fotos dos lançamentos
Estação Ouvidor Savassi
Estação Casa das Rosas
Estação Psiu Poético – Montes Claros-MG

Estação Fórum das Letras – Ouro Preto
Estação Bienal do Livro de Divinópolis

Agenda de lançamento
Janeiro
Belo Horizonte-MG – 25/01/2014 – Livraria Ouvidor – Rua Fernandes Tourinho, 253 – Savassi – Das 11h às 14hs

Abril
São Paulo-SP – 16/04/14 – Casa das Rosas – 19h às 21h30

Junho
São Paulo-SP – Parque da Juventude

Agosto
João Monlevade-MG

Setembro
Salvador-BA – Porto dos Livros

Outubro
Montes Claros-MG – 10/10/14 – 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

Novembro
Ouro Preto-MG – Fórum da Letras
Divinópolis-MG – Bienal do Livro de Divinópolis

Dezembro
Belo Horizonte-MG – Circuito Literário Praça da Liberdade

 

 

Arte: Rômulo Garcias

Arte: Rômulo Garcias

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