POESIA NA REDE
Em seu novo livro “Torpedos”, o escritor Wagner Merije propõe o resgate da poesia, utilizando mensagens via celular e redes sociais para aproximar o leitor
“Literatura ao alcance de quem gosta de ler e de quem ainda não sabe que gosta”. Com essas palavras o autor Wagner Merije sintetiza o conceito de seu mais recente trabalho “Torpedos”. Um livro de leitura rápida, com pequenos poemas que divertem e remetem a reflexão. “A poesia, apesar de relegada, cada dia se torna mais importante para darmos conta desse mundo louco. Poesia é bálsamo, refresco, alívio, leva a gente para paraísos que nem sempre são visitados.” diz Wagner.
“Torpedos” reúne poemas, como se fossem mensagens rápidas criadas para informar e conectar. Em formato de bolso, o terceiro livro deste mineiro permeia justamente a atmosfera das conexões instantâneas. Textos produzidos através de mensagens SMS e redes sociais serviram de inspiração para dar forma e também como um termômetro para a escolha do que entraria de fato em sua publicação.
Além de poeta, Wagner é um criador múltiplo, envolvido com projetos multimídia voltados à música, literatura, vídeo e fotografia. Não é por acaso que a sua arte é associada a essa interatividade com as tecnologias da comunicação. Ao longo de sua carreira, Wagner faz uso de ferramentas digitais, despertando a atenção e interesse de jovens e pessoas ligadas à educação e a arte.
O livro nasce louvado pelo escritor pernambucano, Marcelino Freire, que registra no prefácio a honrosa tarefa de Merije em tornar a poesia algo democrático. O lançamento do livro acontecerá em várias capitais do país, começando por Minas Gerais – cidade natal do autor.
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ALGUNS POEMAS
Com poucos caracteres
se escreve o que é preciso
Palavra de Narciso
Vivo pescando versos
Como quem reza um terço
E conta certo
Com um milagre
Hipnotizo palavras
Domo frases selvagens
Escrevo com tinta de constelações
Falo pelo indizível
Poesia chama
Poesia é chama
Livros nos observam
Para depois contar
histórias
Lembrar lembranças
Todo dia recito cem versos
Para que o dia fique bem diverso
Quando a palavra encontra rima
Uma estrofe pode virar obra-prima
As palavras carregam
Histórias dos séculos
Escrevo para testemunhar
O que não vivi
Desliguei-me da lógica
racional
Faz tempo
Sou poeta, laboratório
transpessoal, expressão
Contratempo
Eis os meus haikais
sem sê-los
Uma flecha
Um torpedo
Poesia
Nas teclas
Na ponta
dos dedos
Era um terreno pedregoso
Removi pedras e escorpiões
E dei o nome de rua da poesia
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PREFÁCIO
Minha mensagem:
Escreverei algo, rápido.
Digo: é livro para navegar.
Sair pescando versos, como bem diz o autor.
Jogar-se na rede. Para balançar.
É coisa para ler em um toque. Um clique.
Em um piscar de dedos.
Poesia na ponta do mouse. Ave! Sem medo.
Puro divertimento.
De mansinho amanhecendo.
Gosto disto.
De quem não fica adiando o sentimento.
De quem, como Merije, solta o verbo, a luz, o
flash. Deixa a poesia fácil.
Nada de nadar difícil.
Mergulha e acontece.
“Dei meu nome ao impossível”.
É assim, pois, que se escreve.
Marcelino Freire é escritor . É autor, entre outros, dos
livros “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial), “Contos
Negreiros” (Editora Record – Prêmio Jabuti 2006), “Amar
É Crime”(Edith, 2011). Em 2004, idealizou e organizou
a antologia “Os Cem Menores Contos Brasileiros do
Século” (Ateliê). Criou a Balada Literária.
Sobre o autor
Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013). Em 2014 foi homenageado pelo Salão Nacional de Poesia Psiu Poético. Mantém o site www.merije.com.br
DADOS DO LIVRO
Título: Torpedos
Autor: Wagner Merije
Editora: Aquarela Brasileira
Número de páginas: 120 págs.
Gênero: Poesia
Formato: 14,5×9 cm
Informações para a imprensa, encomendas, entrevistas com o autor: faleaquarela@gmail.com