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São Paulo em Palavras


13 jan

São Paulo em palavras_Convite

São Paulo em Palavras, novo título da Aquarela Brasileira Livros, apresenta uma metrópole multifacetada na visão de 26 autores

Lançamento ocorre no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro,
no Sesc Pinheiros, com a presença dos escritores e Sarau

O organizador e coordenador editorial é Wagner Merije

São Paulo em palavras_Capa frente 3dSão Paulo em conto, prosa e verso pelas palavras de Alessandro Buzo, Alex Richards, Amara Moira, Ana Maria González, Andrea Pelagagi, Bruno Brum, Brunno Almedia Maia, Daniel Arruda, Dennis de Oliveira, Erika Balbino, Fábio Bardella, Gu Tramontin, Janaina Abreu, Jenyffer Nascimento, João Diniz, Jonas Worcman, José Santos, Lívia Prado, Paulo Rafael, Pedro Gabriel, Roberta Scatolini, Selma Maria + Nina Anderson, Vanessa Farias, Wagner Merije e do saudoso Mário de Andrade.

Para celebrar a cidade, um grupo de escritores foi reunido pelo editor e artista múltiplo Wagner Merije para criar uma obra única e coletiva que mostrasse a relação de cada autor com a metrópole. O resultado é a antologia São Paulo em Palavras, compêndio de 160 páginas à venda por R$ 30, que será lançado em 25 de janeiro, no Sesc Pinheiros.

“…A ideia é descortinar e mostrar a capital revista por paulistanos e paulistas, por brasileiros de outras partes do país e de fora dele, por gente das periferias e universidades, com formações diversas e atuações em vários movimentos e que vivem a cidade com intensidade…”, afirma Merije, organizador do livro.

No título, cada autor apresenta suas criações em seis páginas. Amor, amizade, tensão, delírio, autoconhecimento e mapas sentimentais que trazem à tona lugares, personagens, momentos históricos e suas relações afetivas sobre esta instigante cidade que completa 463 anos.

“…Em quase meio século de existência, São Paulo se tornou uma metrópole superlativa em tudo, inclusive na diversidade. Por motivos assim, é muito válido dedicar uma obra artística de percepções múltiplas para a pauliceia. A concepção grega de percepção incluía a provocação do reconhecimento, de admitir que cada coisa tem alma, paixões, amor, fascinação capaz de provocar uma reciprocidade afetiva no sujeito percebedor. São representações abertas sobre São Paulo a propor o diálogo e a interação…”, complementa Merije, no prólogo do livro.

São Paulo em Palavras tem a orelha assinada por Alexandre Staut, escritor, editor, criador da revista São Paulo Review.

O lançamento acontece no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro (quarta-feira), das 17h às 19h, no Sesc Pinheiros, com direito a sarau com participação de vários escritores e microfone aberto para o público.

Serviço
Lançamento com Sarau
Data: 25/1/2017
Horário: 17h às 19h
Local: Sesc Pinheiros
Entrada: livre

Dados técnicos do livro
Titulo: São Paulo em Palavras
Gênero: miscelânea de escritos brasileiros
Formato: 14×21 cm
Número de páginas: 160
ISBN: 978-85-9255-203-9
Orelhas: Alexandre Staut
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Preço: R$ 30

Encomendas: www.aquarelabrasileira.com.br

Conheça mais sobre a biografia de cada autor em:
www.aquarelabrasileira.com.br/sao-paulo-em-palavras

 

Aquarela Brasileira Livros
Livros são Incríveis! A gente ama!

Aquarela Brasileira Livros é uma editora contemporânea, criativa e ousada. Trabalhamos com autores que amam escrever e também com quem tem histórias incríveis para contar.

www.aquarelabrasileira.com.br/aquarela-brasileira-livros

faleaquarela@gmail.com

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Cuba News


25 nov

Fidel em mil fogueiras, mas pouca gente sabe do que está falando, se nunca foi a Cuba.

Se não conhece o prêmio Casa de las Américas_La Habana, Cuba​.

Se não viveu entre os cubanos.

Em 2008 fui a Havana e lá fiquei 8 dias, entre uma missão médica e as investigações de jornalista turista.

Há a realidade, realidades, fatos e ficções.
2008, ano do centenário da Revolução Cubana.

Fidel, Che, Raul e tantos outros homens e mulheres lutaram e lutam por soberania, por igualdade, por liberdade.

O embargo é impiedoso com a pequena ilha de Cuba, tão cobiçada e invadida ao longo dos séculos.

Há muito para dizer.

Mas quem quiser se informar de verdade, procure bons livros, bons filmes, bons documentários, ouça a voz de vários cubanos.

Cuba é assunto para os cubanos, é preciso respeito e, mais do que isso, Cuba e os cubanos são inteligentes e capazes de conduzir seu país com altivez e progresso.

Aos imortais guerreiros Fidel e Che!

Um dos frutos dessa aproximação é o vídeo “Peopleware”, que convido-os a assistir e apreciar.

Basta clickar aqui

 

A sociedade na encruzilhada tem dificuldade de saber para onde seguir. A natureza se rebela. A política apodrece. Novas tecnologias surgem e revolucionam a comunicação. É hora de promover a transição de um ser receptor passivo de conteúdos para um produtor de conhecimento. Hardware. Software. PEOPLEWARE.

4º Musicvideo do/from album “Peopleware”
Roteiro e Direção/Screenplay & Direction: Merije
Montagem e finalização/Editing: George Neri
Grafittis & images: Crânio

Letra/Lyrics:

Quem é que fala pelos independentes?
Quem é que representa as minorias?
Quem é que resolve pela gente?
Pra deixar tanta gente de mãos vazias?

Quem é que fala pelos que não têm um puto?
Quem é que festeja o Produto Interno Bruto?
Quem é que acredita e se articula?
Quem é que investe em educação e cultura?

Tem gente que empreende
Tem gente que surpreende
Tem gente que está passos à frente
E não se rende!

Tem gente que faz diferença
Tem gente que usa a intuição
Tem gente que inventa
Tem gente que é evolução

Se você não está dando o melhor de si neste mundo,
Para que mundo está se guardando?

PEOPLEWARE
EN CADA BARRÍO REVOLUCION

Quem somos se não somos úteis para os outros?
Quem somos, se somamos tão pouco?
Quem é que fomos, se sonhamos como loucos?
Quem somos se não somos importantes para o outro?

Quem é que fala pelos independentes?
Quem é que representa as minorias?
Quem é que resolve pela gente?
Pra deixar tanta gente de mãos vazias?

Tem gente que faz diferença
Tem gente que usa a intuição
Tem gente que inventa
Tem gente que é evolução

Se você não está dando o melhor de si neste mundo,
Para que mundo está se guardando?

PEOPLEWARE
EN CADA BARRÍO REVOLUCION

Quem somos se não somos úteis para os outros?
Quem somos, se somamos tão pouco?
Quem é que fomos, se sonhamos como loucos?
Quem somos se não somos importantes para o outro?

PEOPLEWARE, PEOPLEWARE
EN CADA BARRÍO REVOLUCION

 

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Oficina Torpedos no Sesc São José dos Campos


30 out

O escritor Wagner Merije foi convidado para ministrara oficina Torpedos – Literatura na ponta dos dedos no Sesc São José dos Campos

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A turma, reduzida, mas madura, criativa e produtiva, representou com muito brilho os talentos de São José dos Campos.

Até a próxima, amigos!

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Wagner Merije no projeto Minas Território Cultural_Minas Inesgotável


10 ago
 O escritor, jornalista, editor e criador multimedia Wagner Merije é um dos participantes da coleção Minas Território Cultural.
Wagner Merije representa a poesia de Minas Gerais ao lado de Adélia Prado.
O projeto, uma iniciativa da PoloBh e VB Comunicação, consistiu na publicação de dois volumes de livros de arte sobre a produção cultural mineira, que reuniu, por meio de fotos, artistas contemporâneos de todos os segmentos.
Trata-se de uma publicação robusta, que apresentara a diversidade e a riqueza da arte produzida no estado de Minas Gerais, Brasil.
A apresentação da obra ocorreu em agosto de 2016.
Minas Território Cultural_2016-entrega livros Minas Inesgotável
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Trinta Anos-Luz na Casa das Rosas


30 jul

E mais uma edição do Sarau Suprasensorial aconteceu na Casa da Rosas, na Avenida Paulista, no dia 29/07/2016.

A ocasião marcou o lançamento do livro “Trinta Anos-Luz”, em comemoração aos 30 anos do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético.

Foi uma noite de celebração poética e de encontros.

Participaram poetas e artistas de estados e gerações diferentes, como Aroldo Pereira, Vanderley Mendonça, Wagner Merije, Rosani Abou Adal, Fatel Barbosa, Mavot Sirc, Mané do Café, Wilton Silva, Nego Blue, Rogéres Maia Gusmão, Djalma Allegro, dentre outros.

Neste livro, sou Organizador, Editor e autor.

 

Confira algumas imagens:

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Sou poeta


20 out

Dia 20 de outubro é o dia do poeta.

Para comemorar, resolvi juntar alguns versos do livro “Torpedos“:

Sejam realistas:
Peçam sempre o impossível!

Com poucos caracteres
se escreve o que é preciso
Palavra de Narciso

Vivo pescando
versos
Como quem
reza um terço
E conta certo
Com um milagre

Hipnotizo palavras
Domo frases selvagens
Escrevo com tinta de
constelações
Falo pelo indizível
Poesia chama
Poesia é chama

O tempo veloz
Não tolera linha longa
A vida é breve
Poesia é creme

Poesia
Ave de barro
Plumas de terra
Aventura Ritual
Formas etéreas
Olhos em poros
Poesia
Voz flamejante
De tudo que existe
em nós

O poeta pena
Para escrever com o
que possa
Memórias vibrantes
Para a vida

Faço poesia como quem
Constrói cidades
Cada palavra-tijolo
Sustenta sua
importância
Sua verdade

Todo dia recito
cem versos
Para que o dia
fique bem diverso

Quando a palavra
encontra rima
Uma estrofe pode virar
obra-prima

As palavras carregam
Histórias dos séculos
Escrevo para
testemunhar

O que não vivi

Meu museu é meu corpo
Minhas memórias relíquias
O tempo é superlativo
Nessa museologia
Poesia é um estado de coisas!
Sou do estado da poesia!

Desliguei-me da lógica
racional
Faz tempo
Sou poeta, laboratório
transpessoal, expressão
Contratempo

A todos os poetas, minha singela homenagem!

Merije e Adélia na hora do almoço, após o Sarau do Memorial

Merije e Adélia na hora do almoço, após o Sarau do Memorial

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Cidade em transe na Benedito Calixto


13 set

A Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, é um dos epicentros culturais, sociais e políticos de São Paulo.

Foi lá que rolou mais um lançamento do livro Cidade em transe, de Wagner Merije.

A manhã começou com bolo de nozes e café e terminou com cerveja, baião de dois e vaquejada.

Foi lindo, emocionante, inesquecível! A todos, os sinceros agradecimentos.

 

ESPAÇO CULTURAL ALBERICO RODRIGUES

Praça Benedito Calixto, 159 – Pinheiros – São Paulo

12/09/2015  – das 11h30 às 15h

 

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A poesia de Wagner Merije no Formosa International Poetry Festival


10 set

PRIMER ENCUENTRO DE POETAS DEL MUNDO EN TAIWAN
Formosa International Poetry Festival: Del 1 al 9 de septiembre 2015

O poeta Wagner Merije foi convidado para participar do Formosa International Poetry Festival.
A convite dos organizadores, Merije escreveu um poema em Inglês, que foi traduzido para o Chinês, junto com uma pequena biografia do autor.
Junto com o trabalho de outros convidados, o poema agora faz parte de um livro antologia, lindamente batizado de “Flame Trees Are in Blossom”.

A la ocasión del décimo aniversario de su fundación, El movimiento Poetas del Mundo organiza su Primer Encuentro en Taiwán. Invitamos a través de estas páginas a todos los poetas del mundo a unirse a las celebraciones que tendremos este año, una de ellas es este magno evento en Asia.

Formosa International Poetry Festival: Del 1 al 9 de septiembre 2015
On the occasion of the tenth anniversary of its Foundation, the poets of the world movement organizes its first meeting in Taiwan. We invite through these pages to all the poets of the world to join the celebrations we have this year, one of them is this great event in Asia.

The flame trees are in the blossom (Formosa International Poetry Festival 2015)

The flame trees are in the blossom (Formosa International Poetry Festival 2015)

 

CONFIRA O POEMA

News From My Heart

There are too many worlds to be known
There are many lives to be lived
Here is your world to be saved
or destroyed
There is a mother and a child
loosing themselves in the darkness
Someone has to hear my voice
Someone has to prevent the storm and the wind
The end that will come will not be the last
even the first end or goodbye
Fear, you are more powerful than you know
Please, don’t drive me this night
Flesh is expensive on the market
Drums are screaming on the mountains
News from my heart
aren’t good (or) enough
Your love blind my eyes
your ways close the doors
I’m a sinner as you are
Need to regret no more
But, in the end we can be
falling angels or saviours of our souls
falling souls we can be
saving angels with no souls

內心的消息

有太多的世俗要瞭解
有許多生活要過
這是你的世界要救
或摧毀
有一位母親帶一位小孩
消失在黑暗裡
有人必須聽我的聲音
有人必須預防暴雨狂風
將到的結局不會是最後一局
甚至首次結局或再見
恐怕,妳比所知權力更大
今夜,請勿驅使我
市場上肉品很貴
山上鼓聲鼕鼕響起
我內心的消息
不好(或)不夠
妳的愛情蒙蔽我眼睛
妳的路封閉住門
我和妳一樣是罪人
不需要再後悔
但,結局時我們會是
墮落天使還是靈魂救主
我們會是墮落靈魂
拯救無靈魂的天使
(李魁賢轉譯)

Brazil:Wagner Merije

華格納.梅里傑,巴西詩人和作家。從事多媒體創作,經營文創事業,為多家報紙雜誌繪插圖。著有詩集《魚雷》(2002年)等五本,獲三項國家頒發獎。其所撰劇本和所導演視聽媒體,在網際網路、電視頻道、電影節中播放。

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Análise do livro Viagem a Minas Gerais


12 maio

Em outubro de 2014, por ocasião do 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, a Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros/MG) convocou alguns de seus alunos do curso de Letras para analisar obras dos poetas que seriam homenageados, entre eles Wagner Merije.
Sob orientação da professora Telma Borges o estudante, poeta e músico Cícero Neto escolheu o livro “Viagem a Minas Gerais”, e fez uma excelente análise.

Cicero Neto recita Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético

“Wagner Merije é escritor, jornalista, compositor, e videasta. Reside atualmente em São Paulo, onde está envolvido como projetos multimídia ligados à literatura, música, vídeo, fotografia e arte-educação. Não é por acaso que sua arte é associada a essa interatividade e é conhecida como suprasensorial, despertando a atenção e interesse de crianças, jovens e adultos. Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Merije têm trabalhos no Brasil e exterior.
É autor dos livros de poesia Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Turnê do Encantamento (2009) e Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012), que trata da apropriação do celular na educação e comunicação e foi finalista do Prêmio Jabuti 2013 na categoria “Educação”. Esses trabalhos foram lançados em diversos eventos, como Bienal do Livro de São Paulo, Balada Literária (SP), Casa das Rosas (SP), WebCurrículo (SP), Psiu Poético (MG), entre outros, e podem ser encontrados em livrarias e espaços culturais e educativos.
Merije também é criador e curador de eventos literários, como “Sarau Suprasensorial”, “Sarau do Memorial Minas Gerais-Vale”, “Sumário Poético” e “Bienal de Poesia de Minas Gerais”, e já participou dos grupos de poesia performática “Tripa de Mico Estrela” e “Panela de Expressão”. Por dois anos foi titular da coluna “Bom de Ler”, na revista BHS, com dicas de leitura.
Como jornalista, trabalhou para veículos no Brasil (Revista Palavra, Rede Minas, TV Horizonte, TV SENAC, O Tempo, Vivo Music Tones, Rádio Inconfidência, Savassi FM) e no exterior (Folha de São Paulo/caderno Folha Ilustrada, Euro Brasil Press, ambos em Londres) e é colaborador de revistas, jornais e sites.
Em paralelo, junto e interfaceando com a literatura, Merije se lança em constantes novas aventuras, pois acredita que toda experiência alimenta a escrita.
Na música lançou os discos autorais “Coletivo Universal” (2004), “Peopleware” (2009), “Se você perder a voz” (2011), “Suprasensorial” (2012). Nele, é proposto a mistura de nossos ritmos com a participação de trinta e dois músicos, entre eles, um dos mestres do trombone brasileiro Raul de Souza, “Liganóis” (2013), o DVD “Feito Durante o Dia” (2013), entre outros trabalhos. (fazer uma associação ao nome artístico “Merije” que é feito durante o dia).
Como roteirista e diretor audiovisual têm vários trabalhos exibidos na internet, em canais de TV e festivais de cinema.
No campo das iniciativas sociais, é idealizador e gestor do projeto cultural e educativo Minha Vida Mobile – MVMob- www.mvmob.com.br, que tem o objetivo de capacitar estudantes e educadores para produzir conteúdo audiovisual com celulares, fazendo do telefone um aliado no processo educacional.

Este trabalho objetiva apresentar o livro Viagem a Minas Gerais, do escritor, educador, jornalista, compositor, poeta e videasta Wagner Merije, na perspectiva de uma etnografia poética. Ao fazer sua travessia pelo estado de Minas, o autor dialoga com as línguas, religiões, tradições, que são transmitidas pelas gerações. Nessa perspectiva, acreditamos que mesmo sendo frutos da formação de várias etnias, conseguimos encontrar um ponto, ou alguns pontos em comum em na formação de povo mineiro, atestando assim nossa mineiridade.
Em Viagem a Minas Gerais, Merije faz uma epopéia contemporânea sobre nossos múltiplos Gerais, nossa identidade única de ser mineiro, povo desconfiado, de fala pouca e olhar sucinto. Com esmero aborda nossas raízes cavadas por diversas tribos e quilombos, facetas que nos compõem e nos faz ser assim, resistentes e bravos como o cerrado que nos envolve. Traz à tona a importância das marcas deixadas pelos nossos ancestrais: a língua, culinária, folclore e religiões. O livro é composto por setenta e oito poemas e o autor, em sua epopéia, atravessa mais de 220 municípios mineiros.
Nossas Minas são muitas e os Gerais vastos: geografia, divisas, fauna, flora, tudo em Minas parece querer falar. Um falar pouco, de voz macia e lenta, e já diziam que o relógio aqui anda mais lento mesmo, numa toada de carro de boi, num fim de tarde que se esvai junto com o cigarro de palha do matuto. Tudo aqui vira poesia, tudo aqui dá prosa na beirada do fogão, e de lá pro terreiro, onde se afina a viola, enquanto isso conta-se um causo, pronto, é folia de reis, é cantoria de fazer inveja, é festa de mineiro.
Índios e negros, com suas tribos e seus quilombos, abriram picadas nesse mundo sem fim, deixando aqui, de forma indelével, com todo seu sofrimento e sangue derramado, uma força desmedida que reverbera de forma aguda na alma do ser mineiro. Essa mesma força, e uso aqui uma expressão criada pelo poeta Merije: “caldo da cultura que eu tanto gosto”, foi o caldo grosso que nos dá um tempero e um sabor sui generis.
Em Viagem a Minas Gerais percebemos a presença de uma etnografia poética suscitada por Wagner Merije, que cumpre, como bom poeta que é, além de tantos outros compromissos com a poesia, o de ser, como diria Ezra Pound, a antena da raça. Antena essa que nos faz enxergar o valor dessas etnias várias em nossa formação, reconhecendo-as e assim, nos fazendo sujeitos entendedores de nosso processo de formação, auxiliando e iluminando essa relação com o outro, com Minas, com o mundo.
João Rosa em Grande Sertão: veredas, dizia que “o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe pra gente é no meio da travessia”. É isso que o autor propõe. De forma audaciosa se embrenha e se move por entre nossas montanhas e cerrados, veredas e sertões, rios e cascatas, degustando o aprazível sabor de nossas quitandas, nossa gastronomia sagrada, num trabalho mágico de travessia poética, nesses vastos cantos de um mundo à parte chamado Minas. Essa obra sugere ao coração o orgulho em ser mineiro.

Consideremos o poema abaixo:

Sentimentos de Minas

Quem conhece Minas
Adquire mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Tua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

Percebemos como é impactante e transformador esse encontro, por toda carga emblemática que Minas representa. Quem a conhece nunca mais será o mesmo. O uso de metáforas, como por exemplo, “nova cor na retina”, acentua ainda mais o caráter desse encontro tornando-o inesquecível. Minas se transforma num sentimento, algo abstrato e forte, que fica e não vai embora, é incorporado à alma do sujeito, a saudade incomoda, palpita, faz lembrar sempre. Outro ponto a salientar é o fato de aqui em Minas, as esquinas assumem outra identidade, elas possuem outro valor, não são esquinas comuns. O nosso Clube da Esquina, de Beto Guedes, Toninho Horta, Lô Borges, Milton Nascimento, Fernando Brant entre outros, as tornaram mágicas através de harmonias extremamente sofisticadas e letras encantatórias de uma inventividade peculiar, numa construção musical esmerada, que toca a alma sem muito esforço.
Citamos agora, esse poema que demonstra o relacionamento intrínseco que a culinária assume na vida do mineiro:

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra
O pão de queijo, uma das iguarias mais emblemáticas da gastronomia mineira (especula-se que a receita exista desde o século XVIII), está representado no poema como uma fonte suprema de energia e disposição (o que o espinafre, por exemplo, representaria pro Popeye) e através dessa energia, se enfrentaria qualquer situação, até mesmo uma guerra. Dessa forma temos um elemento de nossa cultura gastronômica reafirmando nossa mineiridade.

No poema “Tribos de Minas”, Merije utiliza o nome das doze etnias indígenas espalhadas em territórios diferentes dentro do nosso estado, bem como expressões que nomeiam cidades, ruas entre outros lugares, nosso vocabulário. O poeta (re) afirma a profunda participação da cultura indígena em nossa formação, em nosso patrimônio, ao mesmo tempo que como diria Suassuna; “fala do povo para povo”.
Segundo Donizete Rodrigues em seu trabalho “Patrimônio cultural, Memória social e Identidade: uma abordagem antropológica”, património é o conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse coletivo, suficientemente relevantes para a perpetuação no tempo. O património faz recordar o passado; é uma manifestação, um testemunho, uma invocação, ou melhor, uma convocação do passado. Tem, portanto, a função de (re) memorar acontecimentos mais importantes.
Na primeira estrofe há uma pergunta de extrema reflexão: “cadê os índios de Minas?” Diante do questionamento, tenta-se encontrar uma justificativa:

Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?

Chega-se a triste conclusão: “Parecem longe, LONGE”. O poema sugere dessa forma uma parcial extinção das tribos que aqui existiram. O que era abundância, hoje se tornou raro. Suscita uma análise crítica sobre nossos antepassados indígenas, colocando em xeque toda estrutura de tratamento para com eles.
Mais abaixo, o eu lírico nos diz:
E de repente percebo que estamos
Em toda parte

Outra (re) afirmação de que a cultura indígena está entranhada em nós, em nossos hábitos, em nossa memória. Estão em todo lugar, nos rodeia de toda forma, são nossos antepassados vivos, lúcidos. Passaram, sofreram, mas deixaram sua cultura.
Finalizando, me apoio no movimento antropofágico de Oswald de Andrade, inaugurado na semana de arte moderna de 1922, o qual era composto por duas vertentes. A primeira se voltava para a produção nacional, ou seja, a cultura indígena, liberação dos instintos e valorização da inocência. A segunda era baseada na proposta de não rejeitar, não refutar o que era oriundo da Europa ou de outros países. Sendo assim, usamos num contexto filosófico o termo alteridade, ou seja, eu respeito, digiro, devoro, me aproprio, me construo na cultura do outro, e assim, me faço humano. Nessa medida, trabalha-se o processo de aceitação do indivíduo, tornando mais aprazível as relações com o próximo, consigo mesmo e com o mundo.
Essa relação fica clara na estrofe abaixo:

Índia Minas
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, o dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

Merije deixa claro que somos frutos de negros, índios, mulatos, caboclos, mamelucos, somos miscigenação, somos caldo da cultura desse povo que nos forma, que nos faz ser assim, unicamente mineiros, unicamente humanos.

Tribos de Minas

Macro-jê
Caiapós, Tupys, Guaranys, Krebaks, Botocudos
Cadê os índios de Minas?
Foram pescar e nunca mais voltaram?
Migraram pelo território?
Ou viraram peça de museu?
Cadê? Cadê?
Parecem longe, LONGE

Chamo, CHAMO por NÓS
Acaiaca, Aimorés, Açucena, Abaeté
Aiuruoca, Almenara, Araçuaí, Araguari
Bambuí, Botumirim
E de repente percebo que estamos
Em toda parte
Jequitinhonha, Joaíma, Juatuba
Machacalis, Manhuaçu, Manhumirim

Minas tem o corpo de índia
A cultura indígena está entranhada
No corpo de Minas
Itabira, Itabirito, Itaúna
Itajubá, Itambé do Mato Dentro
Itapecerica, Igarapé

Minas é uma Indianápolis
Basta ouvir seus sons
Guanhães, Guaraciaba
Guarará, Guaxupé, Gurinhatã

UM TROVÃO . . .
É TUPÃ!!!

Na pajelança os espíritos vão dançar
Junto com Iara e Oxossi também
Resiste Bugre, criado nas Braúnas
Nos Buritis, no Buritizeiro
Irmãos de Caeté, Carapós e puris
Das bandas de Camanducaia, Cambuí
Cambuquira e Carandaí

Índia Minas,
Somos índios em alma, práticas e palavras
Piracema, Pirapora, Piumhi
Sapucaí-Mirim, Paraopeba
A cultura é viva
Mesmo os que já se foram estão vivos
Na memória, no dia-a-dia
Jaboticatubas, Janaúba, Januária

O TROVÃO . . .
É TUPÃ QUE PERGUNTA . . .
E a pergunta ecoa:
Cadê os índios de Minas?
Cadê eu?
Cadê você, irmão brasileiro?
Inimutaba, Ipanema, Ipatinga
Ubá, Ubaporanga, Unaí

Cadê?
ARANÃ, CAXIXÓ, MAXAKALI, PANKARARU
PATAXÓ, MOKURIÑ, XUKURU-KARIRI
XAKRIABÁ, CAFÚ-AWA-ARACHÁS”

Por Cicero NetoDepartamento de LetrasUnimontes

Fica a dica de leitura: “Viagem a Minas Gerais”.
Acompanhe a trajetória do livro aqui: www.merije.com.br/diario/viagem-a-minas-gerais-o-livro

Cicero Neto lê Viagem a Minas Gerais_Psiu Poético_10102014

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Adélia


21 jan

Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

Do livro “Viagem a Minas Gerais”

Wagner Merije_Adélia Prado_Sarau do Memorial_270113

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Merije

Vlog do Wagner Merije


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