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Sarau do Memorial com Adri Aleixo e João Gabriel Furbino


11 maio

Sarau do Memorial_Adri Aleixo_João Furbino

O Sarau do Memorial chega à 28ª edição e apresenta dois novos poetas: Adri Aleixo e João Gabriel Furbino.

O título da apresentação de Adri Aleixo é “Pés”.
Um corte especial na obra de Adri Aleixo, mostra seus poemas telúricos e exíguos: uma espécie de metafísica ancorada em elementos da natureza. Performance inédita.

O título da apresentação de João Gabriel Furbino é o mesmo de seu primeiro livro, No meio da rua. O poeta reúne poemas inéditos e monólogos instigantes, subversivos e enternecedores . “Lugar de escrever poesia é no próprio corpo – e com a navalha bem afiada”, anuncia o autor, num de seus versos. Suas palavras são como navalhas afiadas, usadas no meio da rua, no meio da cidade.

Adri Aleixo – Minibio: Mãe, estudante, professora de linguagens e poeta. Mineira de Conselheiro Lafaiete, que vive há três anos em Belo Horizonte. Publicou Des.caminhos, editora Patuá, 2014.

João Gabriel Furbino – Minibio: Estuda letras na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com o monólogo Horácio, que integra seu primeiro livro, foi um dos premiados do II Concurso Travessia (2014), organizado pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Letras da UFMG.

Curadoria: Wagner Merije

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Oh yes!


20 mar

Yes!
Oh yes!
Agora tenho banana
E money
Sou a bola da vez
Yes!
Oh Yes!
Tenho mais banana
Do que money
Mas acham que sou burguês
Yes!
Oh yes!
Os orangotangos
Da selva amazônica
Também falam Inglês
Yes!
Oh yes!
Superávit
Supérflua obsolescência
Também entendo xadrez
Yes!
Oh Yes!
Na era do conhecimento
Das potentes patentes
Cada um de mim vale por três
Yes!
Oh yes!
Realidade é outra
Dignidade é pouca
Colonialês
Sim!
Se for assim:
Na igualdade
Com lealdade
Sou de Minas e falo Português

(Do livro “Viagem a Minas Gerais”)

Foto: Merije

Foto: Merije

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Adélia


21 jan

Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

Do livro “Viagem a Minas Gerais”

Wagner Merije_Adélia Prado_Sarau do Memorial_270113

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Viagem a Minas Gerais, o livro


16 jan

Viagem a Minas Gerais _capa_final

Uma viagem fantástica

O quarto livro do escritor Wagner Merije é um convite a uma deliciosa viagem pelo imenso estado de Minas Gerais, um estado que em si representa diversidade. No caminho são utilizados diferentes meios de locomoção, inclusive máquina do tempo. Então aperte os cintos, abra bem os olhos e sinta com todos os sentidos…3…2…1… partiu…

Trata-se de um trabalho inédito, contemporâneo e criativo. Uma viagem real e imaginária por uma Minas Gerais real e fantástica, por um lugar ainda por ser descoberto por mineiros, brasileiros e estrangeiros. É também um mergulho no “ser mineiro”, uma abordagem bem-humorado e critica sobre a mineiridade.

O livro consumiu vários anos de trabalho do autor e o resultado, com mais de 220 municípios de Minas Gerais citados, representa uma epopéia, a exemplo de outros livros como o “Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, o “Romanceiro Gitano”, de Garcia Lorca, “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e a “Odisséia”, de Homero.

“O leitor poderá encarar esse livro também como um exercício jornalístico, antropológico, documental, geográfico… São também memórias poéticas de uma Minas Gerais que são muitas, de vidas vividas e imaginadas. Penso que falar da gigante Minas é um desafio enorme. Seria impossível esgotar o assunto neste livro apenas. Por isso, esse é o volume I”, diz o autor.

“Viagem a Minas Gerais” além de ser um livro, já vem com outros predicados: um documento da memória, uma obra de arte em si, uma bela lembrança para todos, brasileiros e estrangeiros, que vêem a Minas e querem levar de volta para casa uma obra que represente o espírito acolhedor e poético dos mineiros.

“Como diz Drummond: “Ser Mineiro é… é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Ser Mineiro é dizer “uai”, é ser diferente (…)
é ter história”, cita o autor.

Fica o convite: Viajem a Minas Gerais!

 

Orelha
Minas Gerais, com sua imensidão cultural e geográfica, vem historicamente seduzindo poetas, artistas e viajantes de todo o planeta.
Guimarães Rosa junto com Manuelzão fez o caminho que originou o “Grande Sertão: Veredas”. Manoel Bandeira, visitando nosso estado, produziu o “Guia de Ouro Preto”. Mário de Andrade com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e o suíço Blaise Cendrars, acompanhados de uma turma da Semana de Arte Moderna, andaram visitando nossa terra, linkando nossos poetas com o vasto mundo, oportunidade em que conheceram Carlos Drummond de Andrade e seus amigos.
Agora o poeta, compositor, videasta e criador plural Wagner Merije, nos apresenta seu novo livro de poemas “Viagem a Minas Gerais”, no qual com seu olhar multifacetado, tenta apreender nosso estado, que apresenta tão grande geografia humana, distribuída por mais de 850 municípios.
Cada cidade lhe suscita um poema, uma homenagem singela, que mais adiante pode virar cantoria, vídeo, cinema, teatro etc.
O poeta Wagner Merije, através da sua viagem, vai nos revelando Minas e seus Gerais, com sua gente, seus lugares, suas histórias, seus sabores e seus amores tantos. Com este livro voltamos a repensar o nosso jeito de ser mineiro e ‘geraiszeiro’.
“Drummomd está na fazenda
Guimarães Rosa se embrenhou pelas veredas
Darcy Ribeiro foi para a aldeia
Fernando Sabino está nos arcos de Santa Tereza
Cacaso faz a linha vermelha
Santos Dumont dizem que se suicidou
Júlio Emílio Tentaterra dança no inferno
Marku Ribas está fazendo folia no rio São Francisco
E eu, de cá te digo, não estou me sentindo muito bem…”
Com o poema “Liga dos Encantados” Wagner Merije costura a linha invisível que liga nossos inventores de todos os tempos em um só espaço. E, mais do que nunca, fica clara/escura a nossa multiplicidade.

Aroldo Pereira – Autor dos livros “Cinema Bumerangue” e “Parangolivro”
Curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

 

Prefácio
Dizem que Minas começa em Extrema e vai terminar em Montalvânia, na fronteira com a Bahia.
Na enciclopédia, Minas surge em Abadia dos Dourados e, mais de oitocentas cidades depois, vai se findar em Volta Grande, na Zona da Mata.
Já a Minas de Wagner Merije se inicia em Belo Horizonte e vai até muito longe, no sem-fim de um campo geral.
Ele sabe que da pedra viemos e relata essa intrincada geografia de quinas e arestas, onde Turmalina irá rimar com Diamantina.
Em sua caminhada, guiada provavelmente por São José da Safira, surgem sombras de índios emboscados, escravos fugidos e poetas conspiradores.
Sim, e muitos outros poetas, como Drummond, Adélia Prado, Manuel Bandeira e Garcia Lorca acompanham Merije nesse caminho, seguindo na estrada pra Guardinha, com pão de queijo e rapadura no embornal.
Venha se aventurar com eles nesse lugar povoado de sanfonas e sinfonias, outonos e outroras, aonde um mundo se funda, onde o Rio Jequitinhonha deságua no Mar de Espanha, levando o vaqueiro Riobaldo a bordo de um barquinho de papel.

José Santos é mineiro de Santana do Deserto e escreve livros para crianças e jovens. É fundador do Museu da Pessoa.

 

…… QUATRO POEMAS ……

Adélia
Se fôssemos jovens
Eu te roubava da sua família
Com a melhor das intenções
E te faria minha
Casava com você
Rainha
Dama da poesia
Tudo como deve ser
Te ergueria uma casa de livros
Com muitas flores
Sem dores de amores
Sem hipocrisia
Te deixaria rodar a baiana
Só para poder espiar
A Dona Doida vir nos visitar
Ah, que bacana seria!

Eu seria seu passarinho, seu bicho
Praticante de amor feinho
Divino sacerdote
Abençoando seus caprichos
Com o ferro e o fogo
Curaria suas cicatrizes
No meu peito escreveria
Os salmos dos aprendizes
Sua poesia me envolve
Nesse colo me deito
O amor tudo resolve
Pois te trago em meu peito

República do pão de queijo

O cheiro do pão de queijo
Assando
Pode não iniciar uma revolução
Mas deixa o mineiro
De prontidão
Preparado para qualquer guerra

Sentimento de Minas

Quem conhece Minas
Adquire, mesmo sem perceber
Nova cor na retina
Uma emoção algo difícil de dizer

E de repente arde
E vem e fica
Uma latente saudade
Nostalgia física

Nunca mais esquecerás
Sua vida será antes e depois dessas esquinas
Fica no peito, batendo
Um sentimento de Minas

De pedra

Somos feitos de pedra
Da pedra viemos
Rochedo de Minas, Cascalho Rico
Cristais, Cristália, Crisólita
Carbonita, Diamantina
Ouro Preto, Ouro Branco
Prata, Pratápolis, Pratinha
Rubelita, Turmalina
São José da Safira
Pedra Azul, Pedra Bonita, Pedra do Anta
Pedra do Indaiá, Pedra Dourada
Pedralva, Pedras de Maria da Cruz
Queluzito, Berilo
E Esmeraldas
Lavras, Lavras Novas
Nosso chão é Pedrinópolis
Para a pedra voltaremos
Terminaremos todos em pó
Seremos todos o futuro chão de Minas

 

 Sobre o autor

Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013).

Confira uma análise do livro: www.merije.com.br/diario/analise-do-livro-viagem-a-minas-gerais/

 

DADOS DO LIVRO
Título: Viagem a Minas Gerais
Autor: Wagner Merije
Número de páginas: 188 págs.
Gênero: Poesia/Viagens/Memórias
Formato: 14×21 cm
Material: papel Pólen bold 80g
ISBN: 978-85-67515-01-4
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

Fotos dos lançamentos
Estação Ouvidor Savassi
Estação Casa das Rosas
Estação Psiu Poético – Montes Claros-MG

Estação Fórum das Letras – Ouro Preto
Estação Bienal do Livro de Divinópolis

Agenda de lançamento
Janeiro
Belo Horizonte-MG – 25/01/2014 – Livraria Ouvidor – Rua Fernandes Tourinho, 253 – Savassi – Das 11h às 14hs

Abril
São Paulo-SP – 16/04/14 – Casa das Rosas – 19h às 21h30

Junho
São Paulo-SP – Parque da Juventude

Agosto
João Monlevade-MG

Setembro
Salvador-BA – Porto dos Livros

Outubro
Montes Claros-MG – 10/10/14 – 28º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

Novembro
Ouro Preto-MG – Fórum da Letras
Divinópolis-MG – Bienal do Livro de Divinópolis

Dezembro
Belo Horizonte-MG – Circuito Literário Praça da Liberdade

 

 

Arte: Rômulo Garcias

Arte: Rômulo Garcias

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Sarau do Memorial com Adélia Prado


27 jan

Sarau do Memorial Minas Gerais Vale
Projeto e Curadoria: Wagner Merije
Convidada especial – Adélia Prado

Janeiro 2013

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Sarau do Memorial Minas Gerais Vale


23 jan

Wagner Merije é o responsável pela curadoria e a coordenação artística do SARAU DO MEMORIAL, que estreia neste janeiro de 2013 no Memorial Minas Gerais – Vale, que faz parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade.
O projeto Sarau do Memorial tem como objetivo apresentar, promover e difundir a poesia feita em Minas Gerais e celebrá-la junto com o público em apresentações de poetas representantes de várias gerações, movimentos e regiões do estado.
A proposta é celebrar a diversidade da poesia que a gente vive, em suas múltiplas representações criativas. Além de leituras, estão previstas apresentações que poderão contar com músicos, videomaker, bailarinos e outros criadores convidados.
Em sintonia com a proposta multimídia do Memorial, homenagens especiais serão feitas à vida e obra de artistas símbolos de Minas Gerais, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Lygia Clark e Sebastião Salgado.

Você é nosso convidado para esta celebração!

Apresentações
As apresentações acontecem mensalmente, no último domingo do mês, às 11hs e às 13hs, com entrada franca (retirada de senha 30 minutos antes) na preciosa Casa da Ópera do Memorial Minas Gerais Vale.

Programação
Janeiro
Adélia Prado – 27/01/2013

Adelia Prado_foto Jordano Prado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fevereiro
Ricardo Aleixo – 24/02/2013

Março
Guiomar de Grammont – 31/03/2013

Abril
Jorge Emil – 28/04/2013

Maio
Luciana Tonelli – 26/05/2013

FICHA TÉCNICA
Realização
Memorial Minas Gerais Vale

Curadoria e Coordenação Artística
Wagner Merije

Produção
Mercado Moderno & Lazuli

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Júlio Emílio Tentaterra_poeta eterno


12 mar

Fiquei sabendo que o poeta e jornalista Júlio Emílio Tentaterra foi passear no astral.

Conheci o Júlio no meio dos anos 90, em BH, pela poesia, na poesia. Seu amor pela poesia era tão grande, tão profundo, em um tempo em a poesia era marginal, que fez minha vontade/destino de ser poeta aumentar. No fundo, ele foi um dos caras que me disse: a gente não escolhe, é a poesia que nos escolhe.

Com o J.E.T fiz fanzines, shows, participei dos grupos Tripa de Mico Estrela e Panela de Expressão, sonhamos, criamos, choramos, inventamos e até em jornal trabalhamos juntos. O cara era também um grande jornalista. Dediquei a ele, entre outros companheiros de “luta pela poesia” meu primeiro livro “Turnê do Encantamento” (www.merije.com.br/livro).

Nesse momento em que lanço um novo trabalho, “Torpedos”, mesmo sem estar escrito no papel, o dedico com o maior carinho e respeito ao POETA J.E.T. Que ele continue semeando poesia e contaminando outros como nós. Descanse em paz amigo!!!! Sentirei muito sua falta, especialmente porque não o encontrei para lhe entregar e dedicar o livro pessoalmente.

Mas, apesar disso, continuarei acreditando na poesia, na força que nos transforma e nos eleva! Obrigado por me ensinar tanto! Lembro-me claramente de nós dois na Bienal de Poesia de Minas Gerais, e você declamando meu poema: “Como espectador da miséria dos músculos, meu combustível é o desejo. É o desejo, e assim desejo me anunciar…” Luz!

Poesia de Júlio Emílio Tentaterra
Casa

A casa
argolou
a vida
que ansiosa
anfitrionou
o nada
a nata
a gata
a borralheira.

A casa
acariciou
um copo de água
salgada.

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Turnê do Encantamento – primeiro livro de Wagner Merije


10 fev

 

Turnê do Encantamento_Merije enquadrado Turnê-do-Encantamento_livro-de-lado-550x964

A poesia pode transformar a vida das pessoas e fazer folia no nosso cotidiano e, por isso mesmo, “Turnê do Encantamento” vai te tocar profundamente.
Bem escrito, composto por textos inspirados e instigantes, e com um belo tratamento visual, o primeiro livro do poeta, escritor, jornalista e compositor Wagner Merije conduz o leitor por um roteiro imagético e sensorial embalado por uma trilha sonora delicada e ritmada.
O autor mergulha também em outros temas, como o cinema, a literatura beat, o existencialismo, a reflexão sobre o amor, as relações humanas, as cidades e a conquista da dignidade do ser.
O livro reúne poemas escritos ao longo dos últimos 15 anos, elaborados em várias cidades e países e conta com fotos e colagens do próprio autor.
Poesia ou memórias? Narrativa visual.


ALGUNS POEMAS

respeitável público
aqui peço licença
para abrir caminho
para a’soprar o vento
ó respeitável público
me dê licença
para fazer
da sua imaginação
o meu templo

Como espectador
da miséria dos músculos,
meu combustível é o desejo.
É o desejo,
e assim desejo me anunciar…

Não sou o infinito
Sou uma obra de deus inacabada,
Um laboratório de experiências
Uma alma feita de pólvora
e sensibilidade

A bem da verdade
Cada um nasce para alguma coisa
A bem da verdade
Cada um tem sua missão
minha arte fazer parte
minha parte fazer arte

Deve ser uma estrela que nasceu
Na minha cabeça
Porque de repente
Acendeu uma certeza
No meu coração

Pra onde vai o fogo, depois que/ se apaga?/ (…)
Enquanto eu não mergulhar,/ como as raízes,/
Para dentro da “rocha viva da/nossa raça”,/
Nunca serei árvore…nem fruto…/
Apenas uma vela sob a luz do sol…

Muita gente não consegue escutar
No silêncio os dizeres do mundo
O vento beija a pólvora/ Ouriça os ânimos/ O céu estremece com o fogo que sobe por suas entranhas

Eles queriam Jesus/ E não queriam de graça

Vingança não é anestesia

Coragem
Vou seguir sem medo, sem preconceito,
sem esperar aplauso, vou fazer o que tem que ser feito

Tô pedindo a Deus coragem
Coragem pra prosseguir
O homem na estrada é filho de Deus
Olha ele aí

É nessas horas que se comprova
Se Deus existe mesmo
Esse mundão lá fora
E até a coragem tem seu preço

Levanta a cabeça, lembra da sua mãe
Que como um milagre te trouxe a vida
Agora é contigo, cumpradre
Se vira

Quem é que nunca teve medo de mudar?
Quem é que nunca pensou em desistir?
Mas e aqueles que conseguiram chegar lá?
E aqueles que conseguiram ser feliz?

Quem é que nunca quis experimentar?
Quem é que nunca tentou se iludir?
Fico com aqueles que fizeram como era de se esperar,
Deixaram o coração decidir!

Coragem

Vou seguir sem medo, sem preconceito,
sem esperar aplauso, vou fazer o que tem que ser feito

 

SOBRE O AUTOR

Wagner Merije é poeta, escritor, jornalista, gestor cultural, curador, criador audiovisual e editor. Publicou os livros Mexidinho (2017), Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011) e Prêmio da Música Brasileira (2013).  Mantém o site www.merije.com.br

 

DADOS DO LIVRO
Título: Turnê do Encantamento
Autor: Wagner Merije
Editora: M/Aquarela Brasileira
Número de páginas: 80 págs.
Gênero: Poesia
Formato: 15×20 cm
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

 

arte parte

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