Quem viaja sem saber
O que esperar
Da cidade que encontrará
Ao final do caminho?
Quem viaja sem saber?
Aonde quer chegar? Aonde vai chegar?
Cada pessoa tem uma cidade em mente
Feita exclusivamente de diferenças
Uma cidade sem figuras e sem forma
Preenchida pelas cidades particulares
Empurre as fronteiras da imaginação
Para além de qualquer saara
A cidade não conta o seu passado
Ela o contém como as linhas da mão
Escrito nos ângulos das ruas, nas grades
Nas janelas, nas antenas e nos corrimãos
Quem viaja sem saber
O que esperar
Da cidade que encontrará
Ao final do caminho?
No centro da minha cidade imaginária
Você será circundado por desejos
Que se despertam simultaneamente
A cidade aparecerá como um todo
Nenhum desejo será desperdiçado
Lá se gozará de tudo o que não se goza
Em outros lugares
Lá vamos nos ocupar desse desejo
E nos satisfazer
Do livro “Viagem a Minas Gerais”