A esta hora
As asas do pássaro da poesia
Devem estar por perto do jardim
Descolando tudo do chão
No seu bater ansioso por voar
Voar é como dizer
Palavras tão belas que ainda não foram ditas
Combinações de palavras incríveis
Capazes de fazer poemas e poesias importantes
Para quem tem na poesia a tônica da vida
Voa pássaro
Passa por cidades e ruas
E vem tirar tudo do chão
O que queremos é poesias
Capazes de fazer cidades inteiras
Se sentirem homenageadas
Vão me perguntar: cadê o poema lapidado
Sobre e para Uberlândia, Uberaba, Ipatinga
Contagem, Betim, Itaúna
Curvelo, Diamantina, Serro
Lavras, Varginha, Passos, Patos
Pedro Leopoldo, Sabará, Neves
Cataguases, Mariana, Viçosa
Teófilo Otoni, Itaobim, Almenara
Paracatu, Monlevade, Itabirito
E por aí afora?
Cada pedaço de chão tem poesia
Que só o tempo para lapidar
Poesias são como cidades
Cidades são como poemas
Monumentos tão grandiosos
Que serão preciso muitas penas e páginas
Muitos poetas e amantes
Para cantá-las em versos e prosas
Os paleontólogos encontrarão vestígios
De meu desejo, de minha paixão
De meu amor, da minha celebrada emoção
Cada cidade
É paraíso para os sentidos
Os meus quando chegam em um novo lugar
Têm a sensação de que nunca mais vão partir
Do novo livro: “Viagem a Minas Gerais”