Não há nada de novo com a morte

10 abr

Pela estrada afora
a morte segue seu caminho
sem pressa, sem hora
sempre deixando alguém sozinho
E por isso ela ri
pra dentro, em silêncio
opositora do por vir
eliminadora do bom senso

Não há nada de novo com a morte
não há nada de novo, é certo
De oeste a leste, sul ao norte
ela está sempre por perto

De frente pra ela
libero minha curiosidade:
tem sentido, mazela?
Qual a sua necessidade?
Repentina ou premeditada?
Aleatória ou calculada?
Justa ou desequilibrada?
Violenta ou delicada?

Não há nada de novo com a morte
não há nada de novo, é certo
De oeste a leste, sul ao norte
ela está sempre por perto

O sono da morte
eu quero evitar
guardar-me forte
pra vida brindar
Encarar de frente
não dar colher de chá
viver o presente
e os sonhos reinventar

Não há nada de novo, senão a vida

 

(poema em elaboração, de Wagner Merije)

(Em memória de Nayara, uma menina linda, alegre, forte, vitoriosa, que a morte indelicadamente roubou a vida aos 30 anos, deixando 2 filhos pequenos. Nayara virou um anjo.)

Não há nada de novo com a morte

Não há nada de novo com a morte

Não há nada de novo com a morte

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