Lá na Lapinha, onde o vento mora
Onda a onda é minha, onde a pedra chora
Lá uma casinha, pequena, não demora
Planta sementinha, flor logo se aflora
Lá na Lapinha, outro tempo, aqui, agora
Onde eu sou teu lugar e tu é minha hora
Lá uma lá limpinha, música decora
Sanfona e sinfonia, outono e outrora
Lá na Lapinha, brisinha, bruma senhora
Solta pipa sem linha, coração monitora
Lá lâmina lisinha, linda limoflora
Belezinha que em meu peito espora
Vou pra Lapinha, a memória implora
A gente parte, mas saudade não vai embora
A lua reflete o desejo para fora
Brilha Lapinha, luz vital da aurora
—— poema do livro “Viagem a Minas Gerais”, de Wagner Merije ———
Fotos: Merije