Ver um livro bacana como “Mobimento” nas estandes da EdL, Editora Livraria do Instituto Paulo Freire, é uma honra e uma grande alegria.
setembro, 2013
MOEDAS E BOLSOS FURADOS
Minha poesia não cabe em bolso algum.
Minha poesia não cabe no seu bolso.
É cobra demais.
É escorpião demais.
… … … É AGUDA. AFIADA. ESSSSSSSSSSSPEEEEEEEETA!
É CARA!
E coroa!
Minha poesia não cabe em bolso algum.
Minha poesia não cabe no meu bolso.
Por isso sai, vira poemas, músicas, vídeos, livros.
Sem dinheiro.
Mas LIVRE.
Narrativa livre.
Sem dono, sem patrocinador de coisa nenhuma.
Minha poesia não tem dono, é de quem lê.
POEMAS NÃO CABEM NO BOLSO.
NEM NA BOLSA.
Poemas não se misturam com moedas.
Poesia tem que ser livre.
Como cobras e escorpiões.
LIVRE. SEMPRE.
Digo e te digo.
Não prenda minha poesia a seu bolso.
Ela vai furar, vai fazer estrago.
E depois você vai vir chorar o leite derramado.
O dinheiro é surrrrrrrrdo! Está me OUVINDO???????
OS GRANDES POEMAS PARA AS CIDADES I
A esta hora
As asas do pássaro da poesia
Devem estar por perto do jardim
Descolando tudo do chão
No seu bater ansioso por voar
Voar é como dizer
Palavras tão belas que ainda não foram ditas
Combinações de palavras incríveis
Capazes de fazer poemas e poesias importantes
Para quem tem na poesia a tônica da vida
Voa pássaro
Passa por cidades e ruas
E vem tirar tudo do chão
O que queremos é poesias
Capazes de fazer cidades inteiras
Se sentirem homenageadas
Vão me perguntar: cadê o poema lapidado
Sobre e para Uberlândia, Uberaba, Ipatinga
Contagem, Betim, Itaúna
Curvelo, Diamantina, Serro
Lavras, Varginha, Passos, Patos
Pedro Leopoldo, Sabará, Neves
Cataguases, Mariana, Viçosa
Teófilo Otoni, Itaobim, Almenara
Paracatu, Monlevade, Itabirito
E por aí afora?
Cada pedaço de chão tem poesia
Que só o tempo para lapidar
Poesias são como cidades
Cidades são como poemas
Monumentos tão grandiosos
Que serão preciso muitas penas e páginas
Muitos poetas e amantes
Para cantá-las em versos e prosas
Os paleontólogos encontrarão vestígios
De meu desejo, de minha paixão
De meu amor, da minha celebrada emoção
Cada cidade
É paraíso para os sentidos
Os meus quando chegam em um novo lugar
Têm a sensação de que nunca mais vão partir
Do novo livro: “Viagem a Minas Gerais”